Carlos Pereira de Novaes |
Prezado Professor e simpatizantes,
Como vai o senhor?
Esta é a primeira carta que lhe mando para
lhe provar que a matemática não é esta beleza que as pessoas pensam que é. Ela
tem os seus furos. Sutis.
Professor. Veja: uma das provas mais
conhecidas do limite de Euler, se é que é de Euler, que eu tanto combato, não
por que ele esteja errado, mas exagerado, está em um livro que é bem conhecido,
do professor Elon Lima, A matemática no ensino médio, que admite, para provar
este limite meio exagerado, que a derivada da função Y=ln(X) é a função Y=1/X.
Eles pensam que esta derivada é exata. Será?
Ora, se a matemática diz que a função
logarítmica é uma série de potência, como é que a sua derivada é só Y=1/X? A
derivada mais coerente deveria ser uma outra série, ou não? Coisa esquisita não?
Veja, o meu pensamento é matemático. Ele não é louco, é claríssimo.
A derivada da função hiperbólica Y=cosh(X),
uma série, pela matemática, é a função Y= senh(X), que é outra série. Veja. Aqui, a coisa é coerente. Uma série é a
derivada de outra série. Aqui está certo, certíssimo. Aqui é de Euler.
Legítimo.
Como é que eu posso admitir como uma verdade
que a derivada de uma série seja só a função Y=1/X?
Outra
coisa. Veja: se a derivada de Y=X-3, que é uma função tipo potência, é Y=-3.X-4, que é uma outra função
tipo potência; se a derivada de Y=X-2, que é uma função tipo potência, é Y=-2.X-3, que é uma outra função tipo potência,
porque então a derivada de Y= ln(X), que é uma função tipo logarítmica, é a
função Y=1/X? Coisa estranha, não? O senhor não acha que existe uma
simplificação aqui?
Mas o senhor argumentaria: tem demonstração,
não? Sim, tem, setecentista, lá do tempo de Newton, com um grau de aceitação
daquele tempo, que ninguém nem desconfiou que se trata de uma aproximação. Mas eu
torno a perguntar: se a função logarítmica é uma série de potência, como é que
a sua derivada não é uma série? Isto não lhe parece um pouco incoerente,
forçado, exagerado?
Examine você mesmo esta incoerência e parem
de pensar que este professor não bate bem. Tem algo de “exagerado” no reino da
matemática. O limite pode, sei lá, tender a “e” mas este “e”, sei não, não é bem
um “e” da Brastemp não, é do feiraguai, da China. Examine bem isto, mas não
conte nada para ninguém não, por que eu ouvi dizer que o Obama tá de olho em
tudo, mas se você quiser por esta geringonça na internet, não tem problema, até
por que eu já espalhei para a torcida do flamengo.
O limite tende a “e”? Sei não, é meio
difícil provar, mas é um “e” meio peba.
Como é que o senhor pode provar um limite no
infinito com aproximações?
Agora, se é para crer no limite como dogma?
Amém. Aleluia. Habemos “e”.
Obrigado pela atenção. Qualquer hora eu
volto, com meu pseudônimo mais preferido: Nostradamus SOS do Rancho Fundo.
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