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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

CARLINHOS FALCÃO

Hugo Navarro da Silva


Em meio a notícias dessas que fazem a terra tremer, de cambulhada com outras, exclusivas, escandalosas e aterradoras,  veiculadas  somente para ser desmentidas, imediatamente, no mesmo segmento, o começo da semana não foi tranquilo para o feirense, que terça-feira última surpreendeu-se, tristemente, com a nota do falecimento de Carlos Müller Falcão, conhecido e festejado comerciante desta cidade. Perdoem o lugar comum, mas o falecimento de Carlos Falcão é grande perda para a cidade.
Filho de João Marinho Falcão, que por largo tempo liderou o comércio local, notável representante de período que se encerrou, tragicamente, com o incêndio e destruição das instalações da firma “Marinho, Santos & Cia. Ltda.”, em que os comerciantes, unidos, praticamente tinham destacado papel, exercido, ainda que indiretamente, em todos os acontecimento de relevo da vida feirense, da política partidária à Micareta e às famosas, atraentes e charmosas  Festas de Sant’Ana de outros tempos, Carlos Falcão gozava do respeito e da amizade geral do nosso povo.
Cresceu a cidade, o comércio, seu sustentáculo maior, se desenvolveu até quase se ombrear, pelo menos em qualidade, ao das principais cidades do país. Os ladrões de galinhas, os vigaristas de rua e os batedores de carteira foram substituídos por perigosas quadrilhas de bandidos, em que figuram menores de idade, portadores de armas de fogo e de insuperável desprezo pela vida alheia, a imitar, em certos bairros, o que se faz no Rio de Janeiro e em São Paulo, ao criar fortalezas quase inexpugnáveis do crime organizado, dizem, a serviço do ilegal comércio de drogas proibidas que ultimamente vem assumindo proporções  ruinosas  com destaque para o  mercado do “crack”, que muitos garantiam matar em pouco tempo, mas tem servido para ampliar a insegurança social e engordar muita gente, inclusive alguns dos que se metem a curar, radicalmente, todos os vícios com a ajuda superior, a que vem  dos cultos e das orações. Até agora não tem havido castigo nem dos céus nem da terra para o grosseiro pecado.
Carlos Falcão era homem simples, generoso, dado ao povão, embora provavelmente nunca lhe tenha passado pela cabeça a ideia de se meter nos meandros da política e ajudar a consertar o mundo, convencido, provavelmente, de que o mundo não tem conserto nem remendo, portador que é de defeitos de fábrica, mais graves do que todos aqueles capazes de justificar a devolução de qualquer outro produto.
Sabia viver, a seu modo, sempre esbanjando boa vontade e alegria diante dos fatos da vida. Confessava que sempre ria ao lembrar do caso de Elias, dono do “Bar São Gonçalo”, da antiga Avenida Anchieta, que andou  largo tempo preocupado,  queixoso e metido em investigações, porque um seu amigo e cliente, dentro do estabelecimento, certo dia  ficou a repetir: “todo mundo é muito bom, mas meu capote sumiu”. Para Elias tinha havido  furto dentro do bar, coisa que ele não admitia.
Com Carlinhos Falcão, que não era nem muito velho, nem muito novo, desaparece boa parte da vida da Feira de ontem, de que apenas restam, apenas, tênues resquícios na memória de poucos, diante da  velocidade e peso dos novos tempos, que Deus ajude sejam promissores.

Hugo Navarro da Silva - Santanopolitano, foi aluno e professor do Colégio Santanópolis. Advogado, jornalista escreve para o "Jornal Folha do Norte". Gentilmente, a nosso pedido, envia semanalmente a matéria produzida

 

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