Hugo Navarro da Silva |
Ouvimos, pelo rádio AM, esse extraordinário instrumento de
comunicação, que o governo agora quer mandar para o limbo e a confusão das FMs,
que o presidente da Associação Comercial cobra, do governo do Município,
solução rápida, duradoura e definitiva para o comércio ambulante de Feira, que
de ambulante tem pouca coisa, diante de promessa do Secretário Antônio Carlos Borges,
a de resolver os graves problemas de ruas do centro em dois anos.
É necessário examinar o assunto, que é grave, com extremo
cuidado. A ocupação do centro por comércio irregular e caótico prejudica o
comércio legalmente estabelecido e os próprios barraqueiros, porque a clientela
costuma fugir de bagunça quase sempre perigosa para quem apenas deseja fazer
compras mas fica sujeito a todo tipo de batedores de carteira e ladrões em
geral, cuja aguerrida classe, pode-se
dizer sem necessidade de pesquisa, é a que mais cresce, aparelhada, nos últimos
tempos, de boas armas de fogo e ótima pontaria, homenagem que presta ao
programa governamental, louvado e relouvado, para livrar a sociedade dos
revólveres e pistolas e que andou a
trocar por dinheiro armas velhas e imprestáveis, às centenas, que os
interessados substituíram por novas, de indiscutível letalidade, notável
providência que pode definir o país em
que vivemos, de mentiras, burlas, embustes, imposturas e fraudes.
A desordem, a bagunça que se instalou em vários pontos da
cidade, mas, principalmente, na Rua Sales Barbosa e na Marechal Deodoro é
doença crônica, com sintomas de incurabilidade, que se estabeleceu, no
organismo da cidade, há alguns anos, por instigação, permissão e cúmplice
omissão de vários governos municipais.
No começo a ocupação de espaços públicos pelo comércio
informal limitava-se aos dias de feira. Com o tempo descobriu-se que as
concessões poderiam rendar bons votos. Foi a descoberta de mecanismo populista
de conquistar o voto de certa parte do povo, sistema que rendeu frutos
eleitorais até dar os péssimos
resultados práticos de hoje.
Justiça se faça ao atual prefeito. Em seu primeiro governo
tentou e chegou a desembaraçar algumas áreas. Tudo voltou ampliado e cinzento,
infelizmente, no governo seguinte, quando a ocupação da Av. do Senhor dos
Passos e do Parque Bernardino Bahia deu,
à cidade, terrível aspecto de abandono, desgoverno e de favela a
necessitar, urgentemente, de creolina e polícia pacificadora.
Há, portanto, um gravíssimo problema, porque envolve muita
gente, centenas de pessoas, que têm seu meio de vida em barracas, algumas chumbadas
ao chão, outras com ligações de luz a água, para as quais a Prefeitura deve
encontrar lugar para relocamento, o que não é tarefa fácil. Os barraqueiros são
em tal número e adquiriram tal força dentro e fora da política, que estão
unidos em associação para a defesa do que crismam de direitos que na verdade,
legalmente, não têm.
Se as coisas continuarem no pé em que vão evoluindo, dentro
de pouco tempo é possível que barraqueiros a exibir, em seus “estabelecimentos”,
até manequins para a venda de roupas e acessórios da moda requeiram, em
juízo, Usucapião de áreas do leito de ruas, praças e passeios da cidade.
Saindo sentença favorável, o que é possível dentro do clima de alienação e
desacertos que atualmente envolve o Brasil, vai dar trabalho para tentar
reverter.
Felizmente, nos últimos dias, políticos se têm pronunciado
contra a pretendida emancipação de Humildes, deixando de lado a versão de que
Feira é rica e não necessita do Distrito. Tomaram juízo. Feira é rica, é
verdade, mas de gente trabalhadora e
diligente, que apesar de tudo sempre buscou o progresso.
Hugo Navarro da
Silva - Santanopolitano, foi aluno e professor do Colégio Santanópolis.
Advogado, jornalista escreve para o "Jornal Folha do Norte".
Gentilmente, a nosso pedido, envia semanalmente a matéria produzida
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