MILTON PEREIRA DE
BRITTO, advogado,filósofo, escritor, poeta, músico, cantor, membro do IHGS,
AFL, ACAFSA, ARLJFSA, Comendador da Ordem de Mérito de Feira de Santana
Antônio
Guedes de Brito nasceu em Salvador em 13 de fevereiro de 1627 tendo falecido em
Morro do Chapéu em 1692 ou 1695 (não se sabendo ao certo a data), e, segundo
alguns historiadores, o seu falecimento se deu em campanha pelo sertão da
Bahia, talvez nas imediações de Morro do Chapéu, acompanhado de inúmeros
capangas, combatendo e expulsando grileiros e índios que ocupavam as suas
terras.
Vale
destacar que Antônio Guedes de Brito foi um mestre de campo, Governador
Interino na Bahia, Juiz Ordinário mais velho da Junta Govemativa, Provedor da
Santa Casa de Misericórdia em 1663, Cavaleiro da Ordem de Cristo, rico
fazendeiro sendo um dos homens de grande projeção da Bahia seiscentista e o maior
proprietário de terras, depois de Garcia D’Ávila, podendo-se dizer que o sertão
da Bahia pertencia praticamente a essas duas famílias.
Dentre
as terras recebidas por Antonio Guedes de Brito tem-se a “Sesmaria dos Tocós”,
recebidas por doação à sua mãe Maria Guedes, às suas tias Ana Guedes e
Sebastiana de Brito, ao seu tio Padre Manoel Guedes Lobo, pelo então Governador
Geral Dom Diogo de Menezes por Carta 14 de dezembro de 1612.
Na
mesma região dos Tocós, recebeu em doação doze léguas em quadra por Carta de 02
de março de 1655 e outra área de terra entre os rios Jacuípe e Itapicurú, sendo
que parte das terras dos Tocós correspondia aos campos das Itapororocas.
e, somente, decorridos alguns anos, as vendeu para João Lobo Mesquita, que as
vendeu para.
João
Peixoto Viegas, e este as teve confirmadas por Carta de 09 de julho de 1653 e
ainda por Carta de 10 de abril de 1655.
Alguns
historiadores registram que mesmo antes do século XVII as terras do sertão
baiano, que inclui as terras onde hoje ocupa o Município de Feira de Santana
que teve início em São José das Itapororocas, atual Distrito de Maria Quitéria e
adjacências, pertenceram ao sesmeiro Antonio Guedes de Brito, filho de Antonio
de Brito Correia e de Maria Guedes, descendentes do célebre Diogo Alves Correia
o “Caramurú” pela linha paterna e ao sesmeiro Francisco Dias D’Ávila que
transmitiu por herança a Garcia D’Ávila Pereira. Tais sesmarias foram
denominadas - CASA DA TORRE, com duzentas e sessenta léguas, representada por
Francisco Dias D’Ávila herdeiro do Iº Garcia D’Ávila que viera para a Bahia com
o primeiro Governador Geral do Brasil Tomé de Souza, e seu herdeiro Garcia
D’Ávila Pereira e a CASA DA PONTE, com cento e sessenta léguas representada por
Antônio Guedes de Brito.
Desta
forma, não se pode negar a importância da presença de Antonio Guedes de Brito
por estas terras, inclusive por ter sido ele considerado o segundo maior
sesmeiro da Bahia e do Brasil, tendo atuado no domínio das terras dos sertões
baianos, ora como desbravador, mesmo considerando o domínio sobre os povos
indígenas e negros escravos, que embora tenha sido uma página negra na nossa
história, era o que se vivia naqueles idos como
parte
da conquista e exploração das terras brasileiras sob o
comando português.
Brasão da família Brito |
Pesquisando
as origens mais remotas de Guedes de Brito encontramos no ano de 1033 a
presença do Dom Hero de Brito, Senhor de muitas Herdades em Oliveira, Carrazedo
e Subilhões, todas situadas entre o Rio Ave e Portela dos Leitões, muito rica
Região, onde se encontra o Solar dos Brito, fundador do Mosteiro de Oliveira,
Conselheiro do Rei de Castela e Leão, Dom Afonso VI e por este foi feito Par do
Reino sendo-lhe concedido o seu Brasão de Armas em 1072.
Replicando: Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Feira de Santana nº 16
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