Símbolos do Santanópolis

FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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quinta-feira, 15 de setembro de 2016

OBRAS DE BERMARDINO DA SILVA BAHIA

Bernardino de
Carvalho Bahia
Amado da Silva Bahia
Nos anos de 1700, vieram para o Brasil, especificamente, para Minas Gerais, na época, na euforia do ouro, quatro irmãos vindos de Portugal, os irmãos Almada. Em Minas Gerais, dois deles não se deram bem com o clima e migraram para a Bahia. Aqui, se deu bem um desses irmãos, com muito trabalho e organização, tornou-se muito rico no ramo de pecuária, como abatedor de gado. Transformou então o nome de Almada, para Amado e Bahia, em homenagem à terra em que ele viveu e obteve sucesso comercialmente.
Atribua-se o seu sucesso no negócio a sua visão empreendedora. Basta dizer que “Seu Amado”, como era conhecido, começou abatendo um boi de sociedade, quer dizer, apenas a metade de um boi e terminou sendo o maior abatedor de gado da Bahia, chegando a ter mais de trezentos açougues em Salvador. Tudo isso honestamente sem nenhum apadrinhamento político. Que diferença dos dias atuais!
Bernardino Bahia era seu irmão e sócio na compra de gado, no ano de 1901. Também ficou rico, mas um prejuízo de família comprometeu todo o seu patrimônio e inclusive tirou-lhe a vida de um infarto fulminante, em 1931.
Como político foi Intendente por duas vezes. Em 1912 a 1915 e posteriormente no período de 1920 a 1923.
Com os parcos recursos públicos da época, construiu dentre outras obras menores o Mercado Municipa Fez a primeira estrada de automóveis, ligando Feira de Santana à Santa Bárbara e posteriormente construiu outras estradas nos distritos de Tanquinho e Bonfim de Feira. Calçou a paralelepípedos a Rua de Aurora, hoje Rua Filinto Bastos. No seu governo foi iniciada a instalação da rede elétrica na cidade de Feira. O Paço Municipal Maria Quitéria é um dos prédios mais bonitos e um dos símbolos da cidade. Sua construção foi iniciada em 1921, pelo Coronel Bernardino Bahia, cuja obra foi concluída pelo seu sucessor Amold Ferreira da Silva.
Era comum os governantes continuarem os trabalhos projetados iniciados pelos seus antecessores. Por exemplo: ainda existe uma placa comemorativa na antiga Escola Normal, hoje Centro Universitário de Cultura e Arte (CUCA), com os seguintes dizeres: “Construído no governo de José Joaquim Seabra em 12 de março de 1916. Comissão construtora: Agostinho Fróes da Mota, Bernardino Bahia e José Salves Franco.”

Pouca gente sabe que a praça que tem o seu nome foi construída com recursos próprios e doada à cidade. O seu sucessor, e não ele, mandou fazer um busto em sua homenagem.
Bernardino da Silva
Bahia
Confirmando o seu amor por Feira de Santana foram encontradas em seu testamento, doações que corretamente foram executadas como da sua vontade: “Deixo ao Asilo Nossa Senhora de Lourdes a quantia de 2000$000 (dois mil contos de réis). Deixo à Santa Casa de Misericórdia a quantia de 5000$000 (cinco mil contos de réis). Deixo a quantia de 2000$000(dois mil contos de réis) para o meu testamenteiro aplicar na compra de um sino para a Igreja Senhor dos Passos. Deixo a quantia de 1000$ 000 (mil contos de réis) para o meu testamenteiro distribuir em esmolas, a seu critério, a pobres de Feira de Santana. Os legados que faço por esse testamento serão pagos livre de impostos, que
Paço Municipal
Maria Quitéria
correrão por conta do meu acervo...”
Fatos comprovados fazem parte da história de Bernardino Bahia, um exemplo de dignidade, honradez, honestidade e, sobretudo, desprendimento e amor a terra em que viveu.
A sua família hoje é composta de netos, bisnetos, trinetos e tetranetos, que usam como eu, com muito orgulho, o seu sobrenome.



Transcrito da revista "História e Estórias dos Séculos XIX e XX (Escritas a cinquenta mãos).
Edição Especial do Instituto Histórico e Geográfico de Feira de Santana - 2015 pag. 36/37


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