Joselito F. Amorim |
No dia 18 deste foi comemorado a data magna de nossa cidade, como existe discussão quanto a dia correto da fundação de Feira de Santana, transcrevo artigo de nosso colaborador, o Santanopolitanos Joselito Falcão Amorim - nota do Blog.
Compelido pelo amor à Feira, impulsionado pelo trepidar
do coração, e, pelo fervilhar do sangue, depois de muito meditar, resolvi
finalmente abordar alguns temas, que de há muito me atormentam a alma e que não
posso e não devo deixar de externá-los. Se bem que procuro respaldo, olho ao
redor de mim e não encontro. Não sendo pesquisador, professor de história,
jornalista, arquiteto ou engenheiro, como tecer comentários em áreas
especificas e merecer crédito? Observo a sabedoria de alguns adágios populares:
“Cada macaco no seu galho” e “Quem não quer se molhar não vai para a chuva”.
Seja como for, mereço ou não fé, afirmativas ou indagativas, lanço-me à arena. Antes, porém, um esclarecimento: não desejo melindrar ou ofender a quem quer que seja, são meros comentários desprovidos de pirotecnia. Se não úteis hoje, poderão ser no amanhã.
O comentário de hoje diz respeito às datas de Feira de Santana
Assisti a uma conferência de um grande mestre feirense, que dissertou sobre a vida e obra de Monsenhor Renato de Andrade Galvão. Belo trabalho, digno de aplausos e concordância de todos.
Conheci Galvão nos idos de 1965, quando aqui chegou como pároco da Catedral de Santana. Não fui cumprimentá-lo, porque não soube da sua posse, porém o recebi logo depois na Prefeitura. Qual não foi o susto, quando ele com aquele vozeirão, ao cumprimentar-me afirmara que era meu colega três vezes. Perplexo fiquei: “- Eu, padre! Não!”- Afirmara: “- Prefeito, professor e inspetor federal”. Aí voltei à realidade: Ele acabara de renunciar à Prefeitura do município de Cícero Dantas e estava reiniciando suas atividades religiosas em Feira. Tudo correto: Prefeito, Professor e Inspetor Federal de Ensino.
Convivi pouco com Galvão, logo depois em 1967, transferi-me para Salvador, a fim de colaborar com o Governador Luiz Viana Filho, o que não impediu que observasse o seu belo trabalho, principalmente na área social e acadêmica.
Seja como for, mereço ou não fé, afirmativas ou indagativas, lanço-me à arena. Antes, porém, um esclarecimento: não desejo melindrar ou ofender a quem quer que seja, são meros comentários desprovidos de pirotecnia. Se não úteis hoje, poderão ser no amanhã.
O comentário de hoje diz respeito às datas de Feira de Santana
Assisti a uma conferência de um grande mestre feirense, que dissertou sobre a vida e obra de Monsenhor Renato de Andrade Galvão. Belo trabalho, digno de aplausos e concordância de todos.
Conheci Galvão nos idos de 1965, quando aqui chegou como pároco da Catedral de Santana. Não fui cumprimentá-lo, porque não soube da sua posse, porém o recebi logo depois na Prefeitura. Qual não foi o susto, quando ele com aquele vozeirão, ao cumprimentar-me afirmara que era meu colega três vezes. Perplexo fiquei: “- Eu, padre! Não!”- Afirmara: “- Prefeito, professor e inspetor federal”. Aí voltei à realidade: Ele acabara de renunciar à Prefeitura do município de Cícero Dantas e estava reiniciando suas atividades religiosas em Feira. Tudo correto: Prefeito, Professor e Inspetor Federal de Ensino.
Convivi pouco com Galvão, logo depois em 1967, transferi-me para Salvador, a fim de colaborar com o Governador Luiz Viana Filho, o que não impediu que observasse o seu belo trabalho, principalmente na área social e acadêmica.
Quando da criação da Universidade Estadual de Feira de Santana,
na constituição do Conselho Universitário, o Governador Luiz Viana Filho
pediu-me que indicasse dois nomes para compor o mesmo e o fiz: Monsenhor Renato
Galvão, pela sua competência e interesse por Feira e a Professora Maria da Hora
Oliveira, titular da cadeira de Metodologia, pelo seu valor e em homenagem à
Escola Normal.
Voltemos ao conferencista. Após bela e longa explanação, ao concluí-la, afirmou que dentre outros fatos importantes realizados em Feira por Monsenhor Galvão, corrigiu um grande erro histórico, pois a cidade estava comemorando erradamente sua maior data, a 16 de junho (data da elevação da vila à categoria de cidade). Com seu prestígio conseguiu que a nobre Câmara Municipal adotasse a data correta, 18 de setembro (data da primeira sessão do Conselho Municipal) criado com a vila de Feira, por Decreto Imperial, por sinal sessão realizada na igreja. Concluo daí a preferência do Monsenhor Galvão. Tenho lido sobre o assunto, consultado mestres: Rolle Poppino, Pedro Tavares, Raimundo Pinto, Oscar Damião e o próprio Monsenhor Galvão e fontes outras, donde concluí que Feira de Santana tem três datas importantes:
1- 13 de novembro de 1832 - assinatura do Decreto Imperial que criou a Vila de Feira de Santana, desmembrando-a da cidade de Cachoeira, por sinal com 12.000 km2.
2- 18 de setembro de 1833 - data da realização da primeira sessão da instalação do Conselho Municipal (prevista para 6 de agosto, adiada para o dia 14 e finalmente realizada no dia 18 de setembro).
3- 16 de junho de 1873 - data da lei que elevou a Vila à categoria de Cidade.
Como se vê, são três datas importantes e como tal devem ser referenciadas. A minha discórdia é quanto à afirmativa de ser ”18 de setembro a mais importante”. Todas elas o são. Embora nossa Câmara Municipal tenha seguido a orientação do Monsenhor Galvão, ponho o assunto em discussão, nas mãos de pesquisadores, historiadores e professores da área, que melhor do que eu têm condições de opinar. Hoje temos uma Universidade com curso de História, não seria importante que a mesma fizesse urna reflexão sobre o tema?
Voltemos ao conferencista. Após bela e longa explanação, ao concluí-la, afirmou que dentre outros fatos importantes realizados em Feira por Monsenhor Galvão, corrigiu um grande erro histórico, pois a cidade estava comemorando erradamente sua maior data, a 16 de junho (data da elevação da vila à categoria de cidade). Com seu prestígio conseguiu que a nobre Câmara Municipal adotasse a data correta, 18 de setembro (data da primeira sessão do Conselho Municipal) criado com a vila de Feira, por Decreto Imperial, por sinal sessão realizada na igreja. Concluo daí a preferência do Monsenhor Galvão. Tenho lido sobre o assunto, consultado mestres: Rolle Poppino, Pedro Tavares, Raimundo Pinto, Oscar Damião e o próprio Monsenhor Galvão e fontes outras, donde concluí que Feira de Santana tem três datas importantes:
1- 13 de novembro de 1832 - assinatura do Decreto Imperial que criou a Vila de Feira de Santana, desmembrando-a da cidade de Cachoeira, por sinal com 12.000 km2.
2- 18 de setembro de 1833 - data da realização da primeira sessão da instalação do Conselho Municipal (prevista para 6 de agosto, adiada para o dia 14 e finalmente realizada no dia 18 de setembro).
3- 16 de junho de 1873 - data da lei que elevou a Vila à categoria de Cidade.
Como se vê, são três datas importantes e como tal devem ser referenciadas. A minha discórdia é quanto à afirmativa de ser ”18 de setembro a mais importante”. Todas elas o são. Embora nossa Câmara Municipal tenha seguido a orientação do Monsenhor Galvão, ponho o assunto em discussão, nas mãos de pesquisadores, historiadores e professores da área, que melhor do que eu têm condições de opinar. Hoje temos uma Universidade com curso de História, não seria importante que a mesma fizesse urna reflexão sobre o tema?
Admito que possa estar errado, e, como tal procuro
argumentos convincentes...
Transcrito da
revista "História e Estórias dos Séculos XIX e XX (Escritas a cinquenta
mãos).
Edição Especial do
Instituto Histórico e Geográfico de Feira de Santana - 2015 pag. 125/126.
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