Hugo Navarro da Silva |
Pesquisa realizada pelo IBOP das intenções de voto para o
governo do Estado da Bahia em parte não
surpreendeu. A posição de Paulo Souto confirma esperada vantagem sobre os
demais candidatos. Os analistas técnicos, diante dos resultados apresentados,
tirarão as suas conclusões mas, para o leigo, em assunto, que não deixa de ser
complicado, a pesquisa constatou dois fatos que despertaram desconfianças e
incredulidade porque fogem à compreensão
dos pouco versados nos meandros da política
estadual e da Estatística.
É verdade que a campanha legalmente não começou e o panorama
eleitoral certamente sofrerá a influência dos chamados “programas eleitorais
gratuitos” da televisão, que substituem, em grande parte, os diversos meios de
interação entre candidatos e povo, além de ocorrências outras, muitas das quais de resultados imprevisíveis,
como o pouco valor que os partidos têm na captação de preferências.
A presença do nome de Paulo Souto em primeiro lugar na predileção
do povo não provocou espanto à classe política e aos partidos. Pesquisas
anteriores, para uso privado, vêm demonstrando posição de liderança do
ex-governador na preferência popular. A grande surpresa é a presença da postulante
Lídice da Mata em segundo lugar, na frente do candidato do governo, fato que
chega a provocar desconfianças. Nada credencia a candidata a merecer tamanhas
atenções dos eleitores da Bahia, principalmente da parte daqueles que eram
viventes à época em que Lídice chefiava o Executivo do Município de Salvador e
conheceram os montes de lixo que entulhavam as ruas da Capital, com destaque,
na sujeira e abandono, para a famosa Rua Chile. Um descalabro completo. Mas,
ela é senadora eleita pelo povo bahiano, dirão alguns, sem levar em conta que entre os
“milagres” de Lula, com sua catadupa de
votos, e o seu agora cambaleante prestígio,
coloca-se o de transformar o Senado
Brasileiro, em grande parte, em arquivo de
imprestáveis. Os tempos são outros. O povo quer mudanças. O reinado das Passadenas não pode perdurar.
Atualmente a maior produção brasileira
não é de bens de consumo, mas a de bandidos e defuntos.
Necessário lembrar, que
na primeira eleição de Wagner, para governador, Paulo Souto ganharia, segundo
pesquisas, folgadamente, sem segundo turno. A verdade, somente divulgada na
abertura das urnas, era conhecida de poucos, inclusive de instituto de
pesquisas desta cidade, impedido, por motivos legais, de publicar o resultado
de seu trabalho. Houve mundéu, trapaça? Se houve podem estar a se repetir.
Deram certo da primeira vez. No final
das contas, vivemos no Brasil...
Há outro mistério a desafiar a argúcia do povo, a grande
vítima dos manobristas da politicagem. Enquanto o candidato do governo aparece no terceiro lugar na preferência,
a candidata presidente tem cinquenta por cento do eleitorado da Bahia,
contrariando a tendência nacional, a de levar as eleições presidenciais a um
segundo turno.
O fato é contraditório e incompreensível. Se o eleitorado
não está satisfeito com a gestão estadual, que de alguma forma se encontra
presente com suas andanças, promessas, algumas obras, propaganda intensa e
pregoeiros faladores, motivos maiores teria para se colocar contra o governo da
União, que vive de falácias, cercado de escândalos, CPIs e mensaleiros sem saber como se livrar das dificuldades que
criou para o país.
Hugo Navarro da
Silva - Santanopolitano, foi aluno e professor do Colégio Santanópolis.
Advogado, jornalista escreve para o "Jornal Folha do Norte".
Gentilmente, a nosso pedido, envia semanalmente a matéria produzida
Nenhum comentário:
Postar um comentário