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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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sexta-feira, 26 de outubro de 2012

O GRITO DE ALERTA DO STF

Hugo Navarro da Silve

Havia descrença  generalizada e a desconfiança de que o Brasil estava destinado a se transformar, rapidamente, em republiqueta no modelo das muitas que existem no mundo, elegendo altares a falsos ídolos e vendo crescer o culto à personalidade em torno de um grupo de sabidórios, que desejando apenas o poder, tudo corrompe e tudo faz para eliminar a liberdade,  conquista, que  segundo José Bonifácio, “é o bem que não se deve perder senão com o sangue”.
A impressão geral, dominante, era a de que marchávamos, a passos largos, para o firme estabelecimento de uma república de ladrões, o paraíso dos trapaceiros, dos mentirosos, dos manipuladores da opinião pública, em queda livre na direção de algo semelhante ao chavismo e ao castrismo. É que a oposição, talvez pala primeira vez na história brasileira, foi atacada de estranho caso de paralisia gálica, quase sem nomes de destaque, valendo-se de vozes apagadas, raras, desbotadas, abafadas pela ululante e gigantesca máquina de propaganda messiânica,  que  invade o país, mostrado  como a sede das maravilhas e das felicidades universais.
Atribuía-se essa nova e inaudita situação do Congresso, a princípio, à força de governantes, supostamente voltados para os interesses do povo, e à caruara, que tomou de assalto certa parte dos políticos e da população, transformando-os em dóceis instrumentos das manobras dos pregoeiros de mudanças e novidades  apontadas como salvadoras.
O Congresso, que sempre deu voz à insatisfação nacional, blaterando contra os abusos dos governos não apenas durante  as fases de normalidade republicana, mas até nos momentos em que periclitava o direito à liberdade e à vida, desapareceu como poder e representação do povo.
A inação e o conformismo do Congresso diante da “nova ordem”, que se tenta impor ao país, conduziu o povo a atribuir à ignorância, à carência de letras, à covardia de muitos dos parlamentares, que estão preocupados, apenas, em consumir dinheiro do erário, entregando, por inteiro, os interesses do país a um Executivo poderoso, como se o regime monárquico houvesse deixado a Europa de Luis XIV para se instalar, vitoriosamente, no Brasil, o que, diga-se, é facilitado pela Constituição de 88,   a tal “Constituição Cidadã”, que criou um poder central todo poderoso, semelhante ao dos governantes por desígnio divino.
O chamado processo do mensalão - e agora não há como negar o deprimente e vergonhoso fato - deixa claramente exposto, porque de existência oficialmente reconhecida e proclamada, em julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal, que a corrupção com dinheiro grosso do povo ingressou no Congresso para promover a manipulação de parlamentares, de uns que se locupletaram, e de outros, que estavam à espera, certamente,  de locupletamento futuro e não incerto, o que explica, em boa parte, o conformismo e o silêncio conivente do Legislativo diante do poderoso esquema de trapaça do Executivo.
Queira Deus que o julgamento do mensalão, de resultados surpreendentes para muitos, possa sacudir o povo brasileiro, alertando-o para o projeto de poder que se tenta instalar no Brasil, que não pretende apenas a adesão de parlamentares, mas a desmoralização do Legislativo, através da propina, para mostrar que o comando da pátria deve ficar, total e permanentemente, nas poderosas mãos de um guru ou de um grupo, sem oportunidades para a opositores, sejam eles  quais  forem. A manobra afasta  o serôdio plano da revolução armada, que sempre esteve na cartilha da chamada esquerda,  substituído pela paulatina   degradação do   legislativo  e pelo uso da mentira, da falta de escrúpulos e da manipulação do voto popular.
Navarro da Silva - Santanopolitano, foi aluno e professor do Colégio Santanópolis. Advogado, jornalista escreve para o "Jornal Folha do Norte". Gentilmente, a nosso pedido, envia semanalmente a matéria produzida.

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