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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

DIA DA ONÇA BEBER ÁGUA

Hugo Navarro da Silva

O povo depara-se, mais uma vez, com oportunidade de escolher caminho nas eleições do dia sete. Muitos são os que ainda dizem que o voto é “uma arma”. A nós não nos agrada a surrada expressão. Arma geralmente é instrumento para ferir, intimidar, submeter, estabelecer domínio e, muitas vezes, provocar horrores e gerar sofrimentos como os que são impostos, atualmente, ao povo brasileiro pelo crime, organizado ou não, atuante e ameaçador, que desafia as medidas e providências ditas salvadoras que governos adotam, de última hora, para tentar enganar a opinião pública.
  Com o sentido de caminho para se conquistar ou fazer alguma coisa em benefício do povo, o voto popular, neste país nunca teve o  significado que ostenta em outras terra, em que eleições, desde as origens, sempre se revestiram de grande seriedade. Não é da tradição brasileira levar a sério o voto, sujeito à  submissão ou mando de poderosos, quando não às campanhas de  demagogos, caudilhos, antigamente   oriundos das fronteiras do sul mas,  agora, surgidos até do nordeste, em campanhas ligadas  à simples venda  de votos ou promessa de recompensa, do que ainda sobrevivem, mais do que resquícios, exemplos claros, quando se prometem, publicamente, em troca do sufrágio, bens de uso pessoal pagos com dinheiro público. Não há mais como aceitar esses métodos, piores do que o de prometer dentaduras aos banguelas. Se pega o hábito brevemente teríamos a promessa de distribuição gratuita de viagra aos necessitados e a construção de motéis públicos para a satisfação da “ferrea necessitas” dos pobres.
Algo chama a atenção dos que procuram entender pelo menos um pouco do Brasil. O folclore nordestino, rico na abordagem de quase todos os fatos da vida do sertanejo como a valentia, o cangaço, a beleza feminina, o casamento, o amor, a morte, o verso e a sanfona, não fala, quase, em política e nos seus personagens, que evita como coisa proibida e perigosa, fora dos costumes do povo, o que é sintomático.
Felizmente, o verdadeiro sentido do voto e o real valor da livre escolha dos governantes  mudou na mente do povo deste Município, que hoje descobriu que eleição não é como disse um escritor, “o privilégio de  votar numa pessoa escolhida por outrem”, simplesmente as mazorcas  de que falava Ruy Barbosa para definir as eleições da República Velha. O nosso povo descobriu que eleição não é a esperança de satisfação de interesses pessoais ou subalternos, imediatistas, mas  esperança de paz, trabalho e progresso no futuro, o que significa  tranquilidade e ganhos  para toda a população.
Diversos caminhos se oferecem ao povo feirense às vésperas das eleições municipais. Um deles, mirabolante, bombástico, arrimado em carcomidas figuras da República, a prometer sem limites,  concretiza a velha mania de mentir e  chaga a  se apresentar como  demonstração de mitomania, “tendência patológica à fabulação”,  própria da mentalidade infantil.
Não haja dúvidas, entretanto. O velho conceito de eleição mudou. Não é “mais o dia da onça beber água” de que antigamente se falava, com o sentido de momento para resolver conflitos e lutas.
O dia de eleição é, hoje, para a maioria  do povo de Feira de Santana,  aquele em que se  pode fazer opção por quem tem condições, porque já testado,  de garantir  e fazer crescer  tudo de bom que Município tem conquistado, realizar  governo responsável, sensato, respeitável, trabalhador e sério, voltado para o futuro,  capaz de incrementar, dentro do possível, o progresso  desta terra sem perder de vista as dificuldades por que  passa o mundo inteiro, abandonando as falácias, frutos do delírio de quem  se afasta da realidade para   tentar  vitórias na vida pública  com enganos,  fantasias e cenários de opereta.

 Hugo Navarro da Silva - Santanopolitano, foi aluno e professor do Colégio Santanópolis. Advogado, jornalista escreve para o "Jornal Folha do Norte". Gentilmente, a nosso pedido, envia semanalmente a matéria produzida

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