Símbolos do Santanópolis

FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

TRISTEZA, DR. HELDER

LUDMILA OLIVEIRA HOLANDA CAVALCANTE

Santanopolitana, Profª da UEFS, Mestra, Doutora.


A tristeza é um sentimento digno, ela surge na vida da gente em tempos de susto, ou de maresia, o tempo que a gente curte tristeza é relativo, cada pessoa tem o seu.

Nos últimos anos a tristeza das dores do mundo chegam perto da gente, ela vai e vem "como uma onda no mar", o mar tem sido revolto,  mesmo quando querem nos convencer da sua calmaria.

Tem gente que pula a onda neste mar, tem gente que mergulha na onda, tem gente que molha os pés, e isto não importa... 

No meu coração tem batido uma tristeza grande, todo dia ela vem em forma de notas de pesar, alguém querido de alguém, alguém querido da gente, alguém querido longe... As dores são tantas e elas aumentam com o distanciamento.

Quanto luto, quanta saudade, quantos abraços não dados, quantas lágrimas em notícias de rompantes.

Hoje perdemos mais uma pessoa querida.

Dr Hélder, eu conheci quando era criança, no colégio "do meu avô". Era um colega que atravessou meu caminho por outras gerações.

Nas minhas memórias de infância, ele brincava comigo com cara séria, olhando por cima dos óculos, entre uma expressão sisuda e simpática. Sempre gostei dele.

Adulta, anos mais tarde, encontrei-o no trabalho. Um dia precisei tirar umas dúvidas com ele, ele me recebeu na sua sala da Procuradoria Jurídica e fez um esforço para ver a professora na menina que também habitava nas memórias dele. Eu discordava de alguns pontos da conversa e ele ouviu, de forma divertida, chegamos a um acordo, e nos respeitamos nas nossas especificidades do trabalho. Ele precisou rebobinar a fita. Tava diante de uma colega adulta, ainda que sob a memória das gerações passadas.

De lá pra cá o respeito só aumentou. Quando eu precisava ir na sua sala, ele dizia divertido:

"La vem você me dar trabalho!" Rsrsrs

Eu sentia um imenso carinho por ele, um carinho de graça, entre a nostalgia e o reconhecimento.

Tristeza não entende tempo de validade. Me despeço sem querer racionalizar. Me despeço assumindo a tristeza, que bateu forte nesta semana! Tristezas que vão turvando as águas deste mar.

Siga em paz, dr Helder! Grata por tudo.



Forte abraço!     - Ludmila Cavalcante  09/02/2022

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Filme do Santanopolis dos anos 60