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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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quinta-feira, 8 de agosto de 2019

QUERELAS LITERÁRIAS DE ANTIGAMENTE III.

Agora as contendas vão ferver, Aluizio Resende voltou ao ataque, só que encontrou um adversário,  tão ou mais raivoso, Werdeval Pitanga. A briga vai esquentar, nos próximos capítulos. (N.B.)
  
ONDAS

Foi uma coisa deveras interessante, irrisória, impagavel e ao mesmo tempo ridícula, a ironi­ca e lisonjeira apresentação literaria que o sr. Werdeval Pitanga fez ao povo feirense, de um seu amado patrício e colega no oficio de rabiscar atrofiando a língua, na sua ultima e excelente croniqueta, publicada neste periodico
E’ necessário que se seja muito inconsciente, muito néscio, muito leigo em matéria de litera­tura, para dizer que o autor de semelhante to­lice, é um futuro vulto nas letras nacionaes.
Só mesmo um Werdeval poderia encontrar na produção do sr. José Ribeiro Falcão, o mes­mo ritmo de linguagem que existe nas obras de Almeida Garrett, o vernáculo que há nos "Elogios Académicos" de Latino, e a sonorida­de dos contos de Coelho Netto.
A diferença que há de Almeida Garrett para o sr. Josè Falcão, é que o primeiro pinta sugestivarneníe com as cores delicadas da sua palhêta de oiro fino, e o segundo, se não co­nhece ainda a combinação de cores emprega­das num esboço de paisagem simples, muito pior o manejo do pincel em tela fina.
No famoso vernaculista, autor das “Viagens na Minha Terra,” “Adosinha,” “D. Branca” e “Arco de San’Anna” há completo enlevo de ritmo, verdadeiro contraste do sr. José Ribeiro Falcão, que prima pela dissonância.
Em Latino, há correção, pureza de lingua­gem, pujança de forma, e no “Idílios” do moço que teve a honra de merecer um elogio do sr. Werdeval Pitanga, há somente incorre­ções sobre incorreções, defeitos sobre defeitos, e creio que ele mesmo desconhece por com­pleto, a significação técnica, da palavra estilo em literatura.
Dizer-se que esse moço escreve com a mes­ma maviosidade e encanto de Coelho Netto, é ser ignorante a toda prova.
A prosa burilada de Coelho Netto é uma flauta melodiosa e divina, tangida no silencio de uma noite cheia de luar e de saudades, de encanto e de perfumes... emquanto que a do sr. José Ribeiro Falcão é um bombo velho a bater, a bater desesperadamente.
Não há quem leia o primoroso autor do “Jar­dim das Oliveiras” e “Agua de Juventa,” que logo se não recorde da frase luminosa e suges­tiva, com que o imcomparavel Eça de Quei­roz classificou a forma insinuante do seu origi­nal Fradique Mendes: “a prosa de VEcia. é um mármore com estremecimentos humanos.”
O sr. Werdeval nunca leu Garrett e nem Latino Coelho; e além disso, escreveu primei­ro o elogio do sr. José Ribeiro Falcão, para depois ler o seu esplendido trabalho: Idílios do Por do Sol.
Antes porém de terminar a minha ligeira censura literaria, quero amigavelmemte apre­sentar a ambos um conselho; leiam com mais prazer e anciedade, tratem da lingua com mais interesse, para não errarem tanto em tão pou­cas linhas.

Aluizio REZENDE
Notas do Blog: 1) os erros por acaso encontrados, são do português da época ou da tipografia. Na sequencia da série, notaremos a briga de acusação de erros da língua.
2) este texto é um Facsimile do jornal "A FLÔR" edção nº21 de 04 de setembro de 1921. pag. 1

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