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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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segunda-feira, 20 de maio de 2019

LERO LERO

Evandro J.S. Oliveira

Tem informações bobas, sem utilidade, que pelo inusitado fica gravado na sua memória. Retorna sempre quando é repetida em outro contexto, aí vira interesse e você cai de boca na pesquisa. Este foi o meu caso com uma piada lida ao um certo tempo, não lembrando exatamente onde vi. Posteriormente em um programa de TV, ouvi uma frase de um socialite, anunciado pelo programa como conhecedor de vida de alto nível, chiquérrimo, e grande conhecedor de vinhos, que me chamou a atenção. Agora lendo o livro de Washington Olivetto, “Direto de Washington”, volta o assunto em outro cenário. Aí não teve jeito, vasculhei o que encontrei sobre o assunto. O VINHO CHÂTEAU MOUTON ROTHSCHILD – 1953.
            Primeiro a piada: Um senhor elegante entra em um restaurante de primeiríssima qualidade, logo é atendido pelo Chefe dos Garçons, pede o Sommelier[1], este anota o pedido, Château Mouton Rothichilde, safra de 1953. Trousse o vinho, que depois de provado, foi recusado pelo cliente, dizendo que não foi o vinho pedido. O Sommelier, desconcertado disse, resumidamente, o seu currículo garantindo que o atendimento estava correto. O senhor não se deu por achado, continuou contestando, pediu que chamasse o gerente. O Sommelier conversou com gerente o problema, não tinha o vinho pedido, mas era o mesmo, só que da safra de 1948. O gerente foi ao cliente, pediu desculpas, disse que infelizmente não tinha o Château Mouton Rothichilde de 1953, mas sim da safra de 1948, tão bom quanto, queria que ele aceitasse como cortesia. O senhor agradeceu e explicou ao sommelier, que a safra de 1948 foi muito boa, mas as chuvas não caíram na data certa criando uma levíssima acidez.
            Terminado o jantar, recebido a conta, entregou um cheque – a piada era do tempo que se usava cheque – se retirando.
            O gerente olhou o cheque, depois que o cliente saiu, e viu a assinatura... Rothichilde.
            A frase que vi na TV do socialite: “VINHO DE MENOS DE R$2.000,00 (DOIS MIL REAIS) É VINAGRE OU SUCO” ...
            Escrito de Olivetto:  “Boni[2] apareceu em minha casa com uma garrafa de 1.500ml o vinho Château Mouton Rothichilde de 1953, exorcizando assim os 53 dias que eu havia sido mantido no cativeiro. Ao ver aquele vinho – e imaginar o preço dele -, apesar de ainda traumatizado com o episódio, não pude de deixar de comentar que seria mais prático o Boni ter usado o dinheiro que gastou naquele vinho para pagar aqueles vagabundos e me livrar logo do sofrimento[3].”
            Procurei o tal vinho na casa de vinhos importados, encontrei muitos  Château Mouton Rothichilde, Mas só uma da safra 1953  com o preço de $2.500,00 (dois mil e quinhentos dólares), ao valor de hoje $1 x R$4,077 teríamos, arredondando R$10.000,00 a garrafa de 750ml, como ele bebeu a de um litro e meio, o dobro seria R$20.000,00.
            Fico imaginando se por uma loucura, eu tomasse este vinho, teria uma ressaca para o resto dos meus dias de vida, que espero ainda serem muitos, pelo gasto imbecil que tinha feito. Seguramente não tenho paladar tão requintado, nem ego tão largo, para “bebidas dos Deuses”. Se é que os Deuses já beberam o vinho CHÂTEAU MOUTON ROTHSCHILD, 1953.

           

                                        


[1] Empregado, num restaurante, responsável pelos vinhos. 
[2] Boni, Bonifácio de Oliveira Sobrinho, CEO da TV Globo. Olivetto só tem amigo desta estirpe, kkk.
[3] Olivetto foi sequestrado, depois de 53 dias de cativeiro foi abandonado em um cubículo, sem pagamento do sequestro.

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