Hugo Navarro Silva |
A oposição local, a que pretende combater o prefeito José
Ronaldo,vem encontrando dificuldades para conseguir brechas por onde consolidar
posições que possam resultar em lucros eleitorais. A administração municipal é
operosa, cuidadosa e honesta, dificultando as ações oposicionistas. É que o
governo de Feira de Santana, como outros raríssimos que ainda resistem no país,
parece
estar fora do que o ilustre jurista Luiz Flávio Gomes recentemente
chamou de Brazilquistão, “onde o povo majoritariamente sabe muito bem o que é
certo e o que é errado (...) embora viva mergulhado na corrupção e na
malandragem”. O jurista afirma, com argumentos e números, que os maus e
deploráveis exemplos vêm de cima, da cúpula, dos que deveriam ser modelos de
higidez e de respeito, o que nos leva a acreditar, piamente, que em breve
haverá reforma constitucional para incluir, no capítulo dos direitos
fundamenteis do cidadão, na futura constituição da República artigo apontado pela
propaganda oficial como grande conquista
do povo, redigido mais ou menos nos seguintes termos: Todo
brasileiro tem o sagrado direito de furtar, responder a processo camarada
e se recolher à sua casa para descanso e
tranquilo uso e gozo do produto do
furto.
Acredita-se que o espírito humano é por natureza
progressista e que a busca pelo aperfeiçoamento vem das origens do mundo. O progresso,
entretanto, pode ser traiçoeiro e perigoso para as conquistas humanas. São
Paulo, por exemplo, com sua gigantesca capital, progrediu mais do que o resto
do país a ponto de assumir o lugar que antes era dos Estados Unidos como
sugador das riquezas nacionais, tomando o lugar do samericanos, combatidos pelos
membros do antigo e atualmente embuçado PCB.
São Paulo, que se vem dando ao luxo de tentar dominar a
informação e em querer conquistar o predomínio até do futebol,
com as suas conquistas e maravilhas não conseguiu encontrar remédios para os perigos da estiagem em seus reservatórios de água. O Estado, que se
jacta de se rconhecido como locomotiva a puxar os demais ,está agora diante de
graves dificuldades, tentando lutar contra fenômeno semelhante ao que durante
séculos, tem fustigado o nordeste, dando
lugar a comidilhas intermináveis, ao
surgimento de soluções mirabolantes e obras de arte valiosíssimas, comoventes,
a enriquecer coleções e a valorizar paredes, feitas na
maioria das vezes por quem só conhece do nordeste alguns hotéis cinco estrelas.
O crescimento de Feira de Santana não foi previsto e muito
menos planejado. Ocorreu ao acaso, aos tombos, subidas e descidas, muitas vezes
como decorrência da intrepidez e da coragem de empreendedores. O primeiro
ginásio da cidade, o “Donato de Souza”, não se aguentou. Teve que fechar as
portas. Alguns anos depois Áureo Filho ao fundar o “Ginásio Santanópolis”, foi
imediatamente havido por louco varrido e fadado ao fracasso. Venceu pela
persistência e deu contribuiçãoainda hoje mal avaliada ao progresso de Feira.
A cidade encontra, agora, sério obstáculo à sua caminhada,
com o desordenado crescimento da população e inevitáveis reflexos sobre a mobilidade
urbana, que hoje conta com sistema de transporte público ineficaz. O remédio
possível é o do BRT, sistema que implica, entretanto, em despesas que podem
estar muito acima das possibilidades do erário municipal. O prefeito,
entretanto, luta pela verba. Diante da possibilidade de realizar a obra, surge,
agora,a oposição sugerindo a realização de audiência pública para tratar do assunto.
A oposição quer ajudar ou deseja, apenas, complicar?
Hugo Navarro da
Silva - Santanopolitano, foi aluno e professor do Colégio Santanópolis.
Advogado, jornalista escreve para o "Jornal Folha do Norte".
Gentilmente, a nosso pedido, envia semanalmente a matéria produzida
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