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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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sexta-feira, 31 de outubro de 2014

PARTIDOS E ELEIÇÕES

Hugo Navarro Silva
Partido, na definição do Houaiss, entre outras coisas é “o que se partiu”, o que está “quebrado, fragmentado, dividido em partes”. Significa, também, grêmio, associação,organizações de direito privado com finalidade político/eleitoral. Na linguagem popular bom partido é o conveniente candidato ou candidata às doçuras do matrimônio. Politicamente partido, na vida dos países que adotaram a forma democrática de governo, satisfaz ou busca satisfazer as naturais e muitas vezes salutares tendências humanas para a diversidade de crenças e descrenças, simpatias e aversões, fé e ceticismos, crédito e descrédito, acertos e desacertos, verdades e mentiras, causas de tantas tragédias, desentendimentos e lutas,  por um lado, mas, por outro, fontes inesgotáveis de prazer e afirmação. Sem a tendência para a diversidade, que está na inclinação natural ou no interesse dos seres humanos, não haveria a torcida do futebol.   As diversas faces do fenômeno religioso não existiriam. E ainda temos o “partido alto”, espécie de samba segundo Luís da Câmara Cascudo um dos elementos formadores das escolas de samba cariocas, levado para o Rio de Janeiro por bahianos nos fins do século XIX.
Não faz muito tempo deputado estadual, que tem principal fonte de votos neste Município, andou a blaterar contra a enorme multiplicação dos partidos brasileiros, a facilidade com que essas organizações são criadas em nosso país, destinadas, na maioria das vezes, à venda de legenda e consequente alienação de tempo na famosa propaganda eleitoral gratuita.  O discurso não é novo. Repete alegações conhecidas e ignoradas.
Restringir a fundação de partidos políticos, aumentando as dificuldades atuais da lei, seria atentar contra a liberdade de associaçãoe contra a  livre  criação de  partido, asseguradas pela Constituição Federal.  O funcionamento da associação, sua utilidade e função legal e social é que devem ser fiscalizadas, reprimindo-se até com pena de eliminação as que fugirem à sua destinação e se transformarem em simplesquitandas onde tudo  é posto à venda. Mas, quem vai por guizo no pescoço dos gatos?
No começo a palavra partido disputava lugar com facção, que foi abandonada como organização social séria. Hoje é comum falar-se de facção de criminosos ou de bandidos a exemplo das que atualmente governam partes do território nacional como ocorre no Rio de Janeiro. Partidos começaram na Itália, no século XII, uns reunindo seguidores do papa e, outros, do imperador. Partidos surgiram na Revolução Francesa de 1789 e na Inglaterra, no século XVII. Houve partidos na história política brasileira desde o Império.
 A existência dos partidos nem sempre despertou entusiasmos. Pelo contrário, mereceu combate de gente famosa geralmente sob a alegação de que partidos ou facções retiram, do povo, a liberdade de opinião. Danton chegou a escrever que o povo não necessita de partidos mas da razão. Para Robespierre é da natureza de toda facção o sacrifício dos interesses do povo. Madison, em “The Federalist”, escreveu que a facção “havia sido e continuava a ser vício perigoso dos governos populares” e Condorcet, dirigindo-se aos girondinos na luta pelo poder na França,  condenou os partidos ingleses dizendo que seria melhor para a República Francesa não ter nenhum.

O resultado das eleições presidenciais do último domingo, no Brasil, não decorreu de luta de partidos, mas de vários fatores como o bolsa família e a atuante presença do partido do governo em todos os recantos do país, o PT, que apesar do forte bafejo oficial perdeu força e substância. Leve-se em conta, ainda, que aquele que acredita na inviolabilidade das urnas eletrônicas brasileiras ou é maluco ou está treinando fortemente para ser.

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