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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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sábado, 12 de abril de 2014

VELHOS MAS RENOVADOS HÁBITOS

Hugo Navarro da Silva

Surgiu na imprensa notícia de que figura da moda, Beyoncé, cantora famosa que está aproveitando a crista da onda, declarou - e há sempre ouvidos para os famosos – que as mulheres precisam de mais liberdade, principalmente no setor da sexualidade. Difícil afirmar até que ponto há sinceridade em tal afirmação, se é decorrente de convicções pensadas ou se a cantora, que não é mais criança (o tempo não para apesar da cirurgia plástica) deseja, apenas, mais publicidade para vender os seus discos e shows. Fato é que a pretendida igualdade de direitos entre os sexos, que teve início quando inventaram a pílula, há muito foi alcançada e ultrapassada pelo menos na legislação vigente e na presunção de fraqueza física e moral que a parte feminina usa, frequentemente, para comover autoridades quando há conflito de interesses.

Até no setor da criminalidade a mulher tem levado vantagem, ultimamente, correndo atrás do homem na tentativa de vencê-lo não apenas na corrida para a disputa do título do campeonato do crime, como na perversidade e torpeza das ações criminosas. Foi noticiado, recentemente, o interessante caso da senhora que desmembrou marido e cozinhou partes do corpo do infeliz em panela de pressão nova, para não perder o caldo que não teve tempo de saborear. Foi surpreendida e presa, mas a notícia não provocou surpresa ou revolta, passando quase despercebida, porque vivemos dias, diriam alguns, de transição, em que têm mais valor e importância as fofocas políticas do que demonstrações, às vezes claras e preocupantes, de incontroláveis mudanças ou tendências que se infiltram no permeável tecido social nem sempre em beneficio da paz e da tranquilidade da população.

 Em todos os tempos, antes e depois do sistema democrático da escolha de governantes e legisladores, certamente o melhor que foi inventado desde os tempos antigos, nunca faltou quem acreditasse em métodos radicais para eliminar adversários, usando de todos os meios possíveis. Houve até pensadores, chefes e governantes que acreditavam que a melhor solução era a da eliminação do oponente, segundo a lição do pensador indiano Kautilya: “Para conquistar a vitória não se dever ter misericórdia”. Pensamento que tem o mesmo sentido é atribuído a Napoleão Bonaparte: “Para obter a vitória definitiva é necessário ser cruel.” A história política do mundo está cheia de exemplos, como o de Júlio César, assassinado por adversários, nos “idos de março” e o do general espanhol que ao receber a extrema unção, perguntado, pelo padre, se havia perdoado os seus inimigos, respondeu que inimigos não tinha porque todos havia matado.

A política partidária é vista por muitos como guerra. E, como tal, o aniquilamento dos adversários é necessário, segundo o pensamento de Klausewitz, o grande teórico das conflagrações, que se mostrava contrário à sobrevivência de inimigos, o que necessariamente redundaria em acordos e perda de parte do poder conquistado.

O mundo moderno execra a eliminação pura e simples de adversários políticos. Busca-se, entretanto, a sua morte moral, o seu descrédito, a desmoralização. Depois que o papo amarelo saiu de moda o boato foi adotado como arma. Havia partidos, em certas localidades, que tinham boateiros a seu serviço, pessoas infames, conhecidas pela capacidade de inventar histórias e divulga-las com arte e poder de convencimento capazes de abalar a credibilidade  e a honorabilidade de adversários. Essas pessoas não desapareceram. Foram abandonadas pela política mas, ao que parece, ameaçam reaparecer nesta cidade, esquecidas, entretanto, de que nos dias atuais, com as facilidades de informação, o feitiço sempre volta contra o feiticeiro.
 

Hugo Navarro da Silva - Santanopolitano, foi aluno e professor do Colégio Santanópolis. Advogado, jornalista escreve para o "Jornal Folha do Norte". Gentilmente, a nosso pedido, envia semanalmente a matéria produzida

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