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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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quinta-feira, 17 de abril de 2014

SUJOU




Quem espera sempre alcança. É o que diz  adágio nem sempre verdadeiro. Esperar, em nossa época de velocidade, tornou-se praga universal. A espera, às vezes irritante e desanimadora, é tão comum que encontra defensores como os que garantem que o melhor da festa é esperar por ela, o que não deixa de ser verdade.  Espera está na origem de esperança, doença que Machado de Assis afirmava incurável, Ruy Barbosa dizia ser o mais tenaz dos sentimentos humanos e às vezes serve de único remédio para certos enfermos.  São Paulo define a esperança como o ato de esperar com paciência e confiança e o Pe. Vieira pregou que “A vida de quem não espera é tempo; a vida de quem espera é eternidade.”

Tão  unida é a esperança à vida que o nosso povo resolveu liga-la a inseto verde, que foi  abundante nestes pagos. Quando pousava em alguém estava prognosticando boas novas.

Esperanças renovam-se constantemente. São alentos para as durezas da vida. Há esperanças no ano novo, no trabalho, no casamento, no nascimento de filho, no próximo jogo de futebol e nas promessas dos governantes. Em tudo há dose maior ou menor de esperança como no dia de amanhã, na próxima viagem, no remédio salvador, nos negócios e até na mesa verde. Há até quem tenha esperanças de salvação eterna.

Na política a oposição ao governo do Estado encheu de esperanças a maioria do povo baiano, pouco disposto a eleger o candidato do governo, um total desconhecido, embora tenha dado a vitória ao atual governador, também desconhecido da maioria. O povo foi levado pelas enxurradas provocadas pelo ex-presidente Lula, que apareceu como novo pai dos pobres e salvador da pátria.  As enxurradas não apenas elegeram gente desconhecida como ressuscitaram defuntos insepultos.

Durante muito tempo a oposição confabulou para aperfeiçoar a sua chapa às eleições majoritárias, aumentando a curiosidade do povo no seu desejo de ver, à frente dos destinos do Estado, novas e confiáveis figuras. A expectativa era enorme e as esperanças muito maiores, até que foi divulgada a esperada escolha, que em parte frustrou os anseios populares.

O nome de Paulo Souto, para governador, tranquiliza o povo, certo de que poderá ter governo de trabalho, sensatez, mas, acima de tudo, de lisura e honestidade. Também não há restrições à indicação de Geddel Vieira Lima para ocupar vaga no Senado.  A desilusão intensa, absurda, inaceitável, revoltante, reside na estapafúrdia escolha do candidato a vice-govenador,  o  ex- dono de jornal, Joaci Góes, que aparece, na chapa oposicionista, como a mosca na sopa do povo e  ovelha negra da oposição. A presença da mosca é prova da falta de higiene, a parte alucinada dos que elaboraram a chapa e mostra  que o partido que a indicou, o PSDB da Bahia, é irresponsável e mal intencionado. Será que Joaci Góes busca apoio de outra casa civil do governo do Estado para sustentar, com o dinheiro do povo,   outras investidas condenáveis, ou se está a cometer o grave erro de  colocar o cargo de vice-governador no rol das coisas imprestáveis e marginais?

De uma forma ou de outra, esperanças, que as havia e muitas, estão a se desvanecer. A oposição perde força de saída e credibilidade para enfrentar a opinião pública.

Tem razão o povo: quem anda com morcego acaba dormindo de cabeça para baixo. Sujou.
 
Hugo Navarro da Silva - Santanopolitano, foi aluno e professor do Colégio Santanópolis. Advogado, jornalista escreve para o "Jornal Folha do Norte". Gentilmente, a nosso pedido, envia semanalmente a matéria produzida
 


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