Hugo Navarro da Silva |
O povo brasileiro mostra-se perplexo diante do que está
acontecendo no país, cujo futuro nunca foi tão incerto devido às dificuldades,
embelecos, mistérios e incertezas da política nacional, que oferece lances
dignos de romances policiais agora com
assassinatos e lances de filmes holiudianos a desafiar argúcias e proporcionar
lances dramáticos.
O mundo parece pegar fogo. No Oriente Médio a matança
continua a desafiar essa poética organização que é a ONU, porque matar em nome
de Deus é sempre desculpável e o petróleo sempre justifica matanças.
O povo levanta-se, em demonstrações de violência,
principalmente contra maus governos, aqueles que pretendem continuidade de
governantes ou de partidos, que tudo resulta no mesmo, com violência em várias
partes do mundo. Na Turquia, como no leste europeu as insurreições populares já
causaram dezenas de mortes. O povo da Ucrânia quer se afastar da Rússia e se
aproximar da União Européia, do sistema do Euro, mostrando que as lembranças do
passado, as da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas não estão
entre as melhores. Na Ucrânia multidões se lançam, desesperadamente, contra as
forças do governo enfrentando toda sorte de perigos.
Há revoltas, barulhentas e manchadas de sangue, que se
transformam em verdadeira guerra civil. Os acontecimentos da Síria são exemplos
lamentáveis e amedrontadores. A marca da luta entre povo e governo quase sempre
é a da insatisfação com os rumos da economia e outras ações o omissões governamentais.
Quem assume a revolta quer mudanças contra ditaduras e a corrupção que parecem
inarredáveis de mundo movido pela politicagem e pela roubalheira.
Na América do Sul a maior parceira comercial do Brasil, a
Argentina, que sempre se pavoneou de seus ares europeus e de seu extraordinário
progresso, ingressou no descompasso de crise econômica que lhe está corroendo a
economia, restringindo o comércio com seus parceiros, atacando a liberdade de
imprensa e levando o país à ruina por incompetência do governo e pela tentativa
de seguir ultrapassadas e falidas doutrinas, tudo em nome da manutenção
indefinida do poder.
Na Venezuela, as aventuras políticas do chavismo estão
levando o povo às ruas, em protestos violentos, com o sacrifício de muitas
vidas humanas. Cheia de petróleo, a Venezuela está levando o seu povo ao
desespero, com as prateleiras dos supermercados vazias, com a subida
incontrolável dos preços, que os tabelamentos oficiais não podem conter e a
ameaça de guerra civil ou de golpe de estado. O chavismo, com seus delírios,
inclusive o de perseguição, suas tropas de choque para prender, espancar e
matar o povo, a exemplo do que houve na Alemanha Nazista, tem seguido todos os
passos das ditaduras, inclusive o da eleição de inimigos que devem ser
combatidos. Na Alemanha eram os judeus. Na Venezuela do chavismo ou do pomposo
bolivarianismo, os adversários são os norte-americanos, no que segue o exemplo
do castrismo da ilha de Cuba, que somente agora está começando a sair das
carências impostas ao povo pela ditadura dos irmãos Castro.
O Brasil tem recebido a sua quota de revolta popular. Tudo
começou nos meses de junho de julho de 2013, quando milhares de pessoas foram
às ruas para protestar contra medidas como a tarifa dos transportes coletivos e
outras nem sempre demonstradas com clareza. No bojo dessas manifestações, a
princípio pacíficas, explodiu a violência contra prédios e outros equipamentos
públicos, mas, principalmente, contra bancos e diversos estabelecimentos
comerciais. Foi quando surgiu a soturna, anônima, porque embuçada e criminosa
organização conhecida como “black-bloks”, que deu início a verdadeira onda de
vandalismo que vem aterrorizando todo o
país.
Ora, porque essas manifestações de violento desagrado e de
repúdio, que já custaram a vida de um repórter de televisão, covardemente
assassinado por dois que se dizem participantes dos “black-bloks”?
Segundo a propaganda oficial, vivemos no melhor dos mundos
possível. O governo federal é maravilhoso, popular, voltado para os interesses
da população e adorado pelos eleitores, que dariam, segundo pesquisas de
encomenda, à atual presidente, vitória nas urnas de outubro, no primeiro turno
e com enorme vantagem sobre os demais concorrentes à presidência da república.
O Brasil, hoje, segundo as pesquisas, é o paraíso terrestre.
Como entender, por exemplo, que partidos da base do governo
estejam com suas bandeiras na violência das manifestações, dando-lhe suporte e
apoio. Como entender que organização igualmente soturna, um tanto ou quanto
hermética, de propósitos não inteiramente definidos, mas sustentada com o
dinheiro do povo (milhões e milhões), o MST, faça passeata, tente invadir o
Palácio do Planalto e termine por espancar e ferir mais de trinta policiais, em Brasília,
promovendo a desordem e aumentando a intranquilidade da população? O que parece
é que houve briga simulada entre compadres, o que deixa o país cheio de
dúvidas.
O mundo pega fogo. Mas o incêndio
brasileiro pode ser obra de encomenda. Toda a violência e os crimes não se
dirigem ao governo, que está liquidando a economia nacional. Pode ser obra de
agentes pagos para promover baderna a justificar medidas legislativas que nos
aproximem da ditadura de Cuba ou da Venezuela.
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