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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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quarta-feira, 31 de julho de 2013

MARIA QUITÉRIA - A HEROINA ESQUECIDA I

Joselito Falcão Amorim
Em sete de setembro de mil oitocentos e vinte e dois, o Príncipe Regente D. Pedro, ao retornar de uma viagem a Santos, já às margens do Ipiranga, em São Paulo, recebe mensageiro com carta urgente de Portugal, exigindo seu retorno imediato à Corte, que já havia solicitado e não obedecido.  D. Pedro, num gesto de revolta, pois suas ordens não mais estavam sendo acatadas por algumas províncias, levadas não sabemos, se pelo coração, pelas riquezas que vislumbrava no Brasil ou por amor, declara de imediato o Brasil desligado de Portugal, ocorrendo assim, às margens do Ipiranga, o grito da Independência.  INDEPENDÊNCIA OU MORTE – tão bem retratado naquele magnífico quadro de Pedro Américo.
Separado assim, Brasil de Portugal, nem todas as províncias acataram; houve resistência na Bahia, Maranhão, Piauí, Grão-Pará e Cisplatina, sendo que a maior delas ocorreu na Bahia, com longa duração, grandes lutas e derramamento de sangue. Convém lembrar o 18 de fevereiro de 1822, com a troca de comando do Forte de São Pedro, quando o comandante brasileiro foi substituído pelo General português Madeira de Melo, o que ocasionou revolta e luta, dando lugar ao episódio heróico da sóror Joana Angélica, abadessa do Convento da Lapa. Devem ser ressaltado ainda, o 14 de junho em Santo Amaro e o 25 de junho em Cachoeira, fatos esses que anteciparam o 7 de Setembro. Com a Independência, os brasileiros partidários ou solidários a D. Pedro, sentiram-se ameaçados, sendo alguns aprisionados. Muitos foram castigados e obrigados a abandonar Salvador, refugiando-se em Cachoeira e Santo Amaro, não só pela facilidade, como também por serem as cidades de maior porte, à época. Em Cachoeira, eles começaram a se organizar, recrutando voluntários com a finalidade de ocuparem Salvador, expulsando as tropas sob o comando de General Madeira (há historiadores que afirmam que ele era Almirante). Crescia dia a dia em Cachoeira as forças patrióticas favoráveis à independência. D. Pedro, ao tomar conhecimento, manda à Bahia o General Labatut, com pequeno contingente para ajudar. Labatut era um oficial francês com grande experiência em lutas, travadas em outros países, pois a época, devido às constantes guerras, haviam tropas que podiam ser contratadas para defender qualquer país, as forças mercenárias.  
Labatut com sua frota, em chegando a Salvador, tenta desembarcar em Itapuã, o que não consegue pela presença de forças do General Madeira. Desloca-se para a Praia do Forte, mas lá também se encontravam tropas leais a Portugal, o que fez Labatut rumar para Alagoas, onde desembarca pacificamente. Como seu efetivo era reduzido e com pouco suprimento, ele sobe com suas tropas para Pernambuco. Refeito da viagem, com víveres e maior efetivo, retorna por terra para a Bahia. Passa na região de Pedrão, onde recebe a adesão, não só de soldados, como de vaqueiros, o que deu lugar a formar o pelotão denominado “OS ENCOURADOS DE PEDRÂO”. Dando continuidade a sua marcha chega a Feira de Santana onde instala o seu Quartel General, dizem que em Pojuca um riacho existente nas proximidades do distrito de Fortaleza, hoje Jaiba. Não se tem certeza do local exato em que o General instalou o seu comando, tarefa para os historiadores e pesquisadores. No entanto, quanto a sua estada em Feira de Santana não há duvida, pois existe registro documental e correspondência do Quartel General de Feira dirigida ao Comando das forças patrióticas instalado em Cachoeira, segundo relata o Professor Pedro Tomaz Pedreira, membro do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, em seu livro “Município de Feira de Santana (Das Origens às Instalações)”. O oficio remetido ao Comando tem o seguinte teor:
“IImos. e Exmos. Srs. - Sendo repetidos os ataques do inimigo nos pontos de Pirajá e Cabrito, e por conseqüência mui grande o consumo de pólvora nos ditos pontos, Vs. Exas. farão remeter para ali, com maior brevidade possível, 100 barris de pólvora, da que existe nessa Vila, para ser entregue ao Tenente-Coronel Comandante daquela força, Joaquim Pires de Carvalho e Albuquerque.                                                                                                                                                        Deus guarde a Vs. Exas. -  Quartel-general de Feira de Sant`Ana, 28 de Outubro de 1822. (a) LABATUT, General.”
                                      
                                                     Joselito Falcão de Amorim
                                                    Ex-Professor – Ex-Prefeito - Ex-Combatente
                                                     E Soldado de minha Terra

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