1823
- Labatut, em audaciosa sortida, lança sua forças contra os entrecheramentos
lusitanos, N’A Guerra da Independência da Bahia escreverá Franklin Doria
(Biblioteca Internacional de Obras Celebres, vol. XVI):
Por outro lado, o príncipe regente confiou o comando de nossas operações militares ao brigadeiro Pedro Labatut, laureado nas campanhas de Napoleão I e na guerra da independencia de uma das colônias hispano-americanas. Do Rio de Janeiro partira o general com alguns contingentes, mas coagido por caso fortuito a desembarcar em Alagoas, conciliou os ânimos tanto nessa província como nas de Pernambuco e Sergipe, donde foi por terra à Bahia. Ahi, depois que chegou, no fim do Outubro, organizou o exército brasileiro, no qual deu o título do exército pacificador. Teve assim poderoso incremento a revolução. ]á favoneada pela proclamação da Independencia.
Este exército, cujo
principal ponto do apoio era Pirajá, pequena povoação que demora a poucas
milhas da capital, na maior parte compunha-se do bahianos o dia a dia
engrossava. As circunstancias extraordinárias não consentiam que ele apresentasse
um conjunto harmônico de tropas bom fardadas, como as do um exército regularmente
constituído.
Entre as primeiras forças que nelle se incorporaram, havia duas companhias criadas na Cachoeira, uma com duas a denominação de Bolona e outra de Mavorte, cujos oficias o praças se fardaram às suas expensas e renunciaram e soldo e a etapa. Notava-se também a companhia de cavalaria de voluntários dos Pedrões, conhecidos pelo nome de Encourados, porque usavam trajos de couro.
Um clérigo, frei José Moria
Brayner, a tinha formado e era comandante dela. Alem disto, um troço de
sertanejos, procedentes do Rio das Contas, e fardados de pano de algodão,
tecido no mesmo lugar, alistaram-se nas nossas fileiras. Nellas figurava ainda
um corpo de libertos, que tiveram ao mesmo tempo a fortuna de sair do cativeiro
e de arriscar a vida pela pátria. Muitos escravos até se arvoraram em soldados,
e, a sombra uma bandeira nacional, reconquistaram a liberdade. Demais pertencia
ao nosso exército o batalhão do Infantaria dos voluntários do príncipe D.
Pedro, batalhão chamado doa Periquitos por serem de cor verde as golas e os canhões
das fardas de suas praças.
Neste batalhão, comandado
pelo major José Antonio da Silva, sobressaia como soldado Maria Quitéria do
Jesus. Era uma Joven nascida de pais portugueses no recôncavo da Bahia. Dotada de
fisionomia simpática e maneiras agradáveis, o seu talento natural de alguma sorte
atenuava a falta de instrução. Vivia na companhia do velho pai, numa fazenda
que elle possuía no sitio do Rio do Peixe, longe da vila da Cachoeira.
Aplicava-se às ocupações domesticas, e nos lazeres distraia-se com o exercício
da caça, no qual se afez ao manejo dos armas do fogo. Certo dia um emissário,
encarregado de angariar voluntários para o nosso exército, apareceu na casa do
fazendeiro, onde foi agasalhado. Como o hospede, na Intimidade da conversação,
encarecesse as vantagens da independência nacional, inflamou-se o coração da
moça em patriótico entusiasmo.
Resolvida, apesar da sua condição,
a ir também combater pela liberdade, ella, sem detença, partiu ocultamente para
aquella vila e, disfarçada em trajos de homem, assentou praça num regimento de
artilharia, do qual, por lhe ser mui pesado o serviço, passou para o batalhão
dos Periquitos.
Durante a guerra, com uniforme graciosamcnte modificado, em atenção ao sexo, pelo apêndice de um saiote do estofo escocês semelhante ao de highlander, a varonil camponesa entrou nas árduas pelejas, fazendo prodígios de bravura. No Rio de Janeiro, onde ela esteve depois da campanha, D. Pedro I, informado, como diz o decreto de 20 de Agosto de 1823, do decidido valor, denodo e Intrepidez com que Maria Quitéria de Jesus se distinguira em occasiões das mais arriscadas de combate, em que sempre se portara heroicamente, concedeu-lhe a patente e o soldo do alferes de linha. Noutro decreto da mesma data se lê que, para assinalar os serviços militares que, com denodo, raro entre as demais de sexo, prestara Maria de Jesus à causa da independência na perfiosa restauração da Bahia, lhe era concecedido o uso da insígnia de cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro. Resta accrescentar que o primeiro Imperador, com a sua própria mão, lhe pendurou no peito a preciosa insígnia.
1860
- A presidência da província recebeu comunicação de que se acha concluída a picada para a
construção da nova estrada que vai ligar esta vila a Jacobina.
1861—Segundo
quadros demonstrativos organizados pela seção de estatística da repartição da
polícia da província, foram recrutados, neste município, em 1880, quatro
indivíduos, sendo três para o exército o um para a armada.
No mesmo ano foram capturados,
aqui, oito desertores, sendo um da armada o sete do exército.
1869
- Foi nomeado desembargador da Relação desta província o dr. Leovigildo do Amorim
Figueiras, ex-juiz municipal deste termo.
1871—A
câmara, “conhecendo a necessidade existente de mais uma aguada nesta villa e grande
secca que vai infligindo principalmente
aos moradores do Campo do Gado. Nagé e mais logares mixtos áqueles” Vlía 6 Silo
Gonçalo.» incumbe o vereador Antonio da Costa Vitória de abrir uma fonte,
aproveitado o minadouro e a escavação já feita pelos moradores.
- Portaria da câmara
municipal determina ao fiscal não consinta se levante “barraca alguma na praça
do Mercado” sem a previa autorização, “em virtude de até esta data só ter
requerido e obtido licença para isto um numero de trinta mais ou menos”.
1878 –
O dr. Juiz de direito da comarca, Estevão Vaz Ferreira, sustenta o despacho do
juiz municipal e criminal suplente, Leonardo José Pereira Borges, de 13 de
outubro p. p., pronunciando como incursos no crime de moeda falsa José
Francisco Tupinambá, Salustiano Américo de Brito, Aprigio Dias da Rocha, José
Pinheiro de Carvalho e João Pinheiro de Queiroz.
1880
– Circula na Côrte o tomo III da “Revista Brasileira”, que está publicando
interessante, estudo de Silvio Romero: “A poesia popular no Brasil”.
Acolhendo uma versão,
encontrada em Sergipe, do ABC de Lucas, já sem a característica, aliás, desse
gênero de versos populares, Silvio pensa que Lucas, o famigerado “Lucas da
Feira”, é seu comproviciano e o São Gonçalo a que se refere o ABC
Vindo de lá da festa
De São Gonçalo dos Campos...
é “Campos, uma pequena
villa da província de Sergipe, pertencente à antiga comarca de Lagarto e hoje à
do Rio Real”. E julga elucidar: “o orago da Vila é São Gonçalo.”
Si os versos fazem
referencia à Bahia
Vou
preso para a Bahia
Levo
saudade comigo
“isso é prova – diz
Silvio Romero – do como a Bahia, a antiga capital da colônia e a por muito
tempo a mais notável e comercial do paiz ficou gravada na imaginação popular
como a terra suprema, a nossa Roma ou o nosso Chanaan”.
Aí esta como se escreve a
história... E aí está como Sergipe pretende disputar-nos a triste gloria de
terra do salteador famoso...
1892 - Aparece na Côrte o
“Almanack de Laemmert” para este ano.
No Quadro Geopraphico do Império do Brasil, parte relativa à província
da Bahia, dá como suas cidades principais Valência (textual) Caravelas,
Joazeiro, Cachoeira, Santo Amaro, Maragogipe e Nazaré. Nehuma referência merece
à Feira de Sant’Ana.
1888
- A câmara municipal resolve alterar as bases do contrato feito com o cidadão
José Antônio Gulmarães para executar o serviço do asseio do Matadouro Público e
da praça do Comercio.
1889 –
Os jornais chegados da capital da província trazem o necrológio do barão de
Cotegipe.
1891 –
Informa a “Povo:
FESTA
DE SÃO BENEDITO
Como havíamos noticiados
teve lugar na igreja dos Remédios com o maior brilhantismo. a festa deste glorioso
santo.
Ocupou a tribuna sagrada
o reverendo padre Lacerda, que produziu uma brilhante oração sacra, cheia der riquíssima
phrases, que com maestria a erudição sabe burilar o fecundo pregador.
À noite houve leilão e depois fogo de artificio, sendo enorme a concorrência pública.
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