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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

AS ESTÉTICAS DIRECIONADAS AOS BELOS, AOS FEIOS E AOS AMBIVALENTES

Ronaldo Senna
RONALDO SENNA - Antropólogo, escritor, professor aposentado: Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Sabemos que dividir a realidade (huma­na, natural, culturalizada) entre belo e feio, não passa de uma manifestação de maniqueísmo herdada da antiga grécia. Um código que nos leva a pensar por exceção, embora nos esforcemos a formatar pensamentos pa­dronizados. E um paradigma recebido (ge­ralmente sem uma adequada visão crítica) através dos referenciais oriundos da Europa colonialista e colonizadora.
Mas, apesar da expansão mercantil européia ter remodelado e ressignificado tonicamente o mundo, nem tudo o que pensa­mos e sentimos se enquadra nesse modelo. Herdamos, também, protótipos originados nas matrizes africanas (principalmente as sub-saarianas), nativas (indígenas) e várias outras.
Considerando esse painel, da mundividência africana adquirimos um tipo de dialética priorizada por sentimentos ambi­valentes. Entre eles se encontram a “natu­reza” dos orixás que nunca são, dicotomi­camente, bons ou maus, feios ou bonitos, certos ou errados e, mesmo, contra e a favor.
É a cultura intensamente relativizadora e ecológica. Talvez a mais adequada à terceira revolução industrial ora em curso que vem procurando, quase desesperadamente, uma saída para os problemas por ela mesma cria­dos.

É bem possível que a ambivalência, muito montada na relativização dos arqué­tipos, no respeito às diferenças e na escolha semi-deliberada das formas dialéticas de pensar esteja sendo a imprescindível solução que o ser humano necessita alcançar.



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