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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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domingo, 28 de julho de 2019

QUERELAS LITERÁRIAS DE ANTIGAMENTE II.



“A Flor”, estreia hoje em o seio captivantente de suas bem confeccioadas columnas, mais um iníeliigente collaborador, José Ri­beiro Falcão, moço cultor da arte íiteraria.
José Falcão, é sem sobejos de formulada lisonja, um sonhador ardente c futuroso das letras nacionaes.
Curioso como elle o é, seria um valente treinador da literatura, se lhe não prendessem os amores do seu berço-lugar pouco entra­do na arte que immortalísa os sublimes espcríptotes.
Nato de Âffonso Fenna, uma pequenina e agradavel cidade, que seria linda e primorosa como primorosa e linda é a Feira, se algu­mas das suas poucas mil almas não marchassem de flanco ao aperfeiçoamento das bellezas que a fidalga-Natura lhe proporcionou, alli, naquella pagina em vagarosa alaboração, naquelle pedaço desta opulenta Bahia, estão occultas entre a poeira inexgottavel do tempo, as illusões e desillusões das suas vinte e algu­mas primaveras.
Deísde criança, vinha demonstrando gosto e predileção pelas letras, e hoje já se tornou o admirador convicto do estylo de ouro de Al­meida Garrett, da arte admiravel de Latino Coelho e da maviosidade offuscante de Coelho Netto.
-Valiosos fructos do seu esforço proprio.
Felismente, a mocidade feirense ja está evo­lucionando, propugnando pela resurreição da Feira intellectual, porque ella não é hoje a gigante de então na instrução; e se florir sempre o enthusiasmo de agora não tardará o seu diadema de princeza, quando concluído o tra­balho da longa lapidação nos diamantes que ornám o seu rico seio.
Já gosamos, todas as noites, algumas horas do harmonioso concerto da instrucção. víbrado pela mocidade desta terra, lá no “Rio Branco”, cada dia mais forte, mais coheso, ma Is valoro­so:-São os ruídos das pedras de variados va­lores, nos exames prolongados dos lapidarios.
E é a este núcleo de futuros literatos, que eu apresento, humildemente, o “Idyllios do pôr do sol”t como a conclusão de um esforço indomá­vel de um rapaz que domina os impossíveis, para galgar a sua aspiração.
Abraçae, pois, os livros, e trilhae o seu ca­minho juncado de cardos, que adiante encon­trareis múltiplas recompensas de pétalas. Avante, mocidade feirense!
Soerguei o nome da vossa Feira.

Werdaval Pitanga
José R. Falcão
Intelligente autor
do phantasia
"Idyllios do por do sol"
collaboração que honra
hoje as columnas da
A FLOR

IDYLLIOS DO POR DO SOL
Para D. Glorinha Campos
Hora nostálgica, O sol vencido atufava-se nas bandas do poente, e da cabelleira purpu­ra das nuvens “desdobrava-se o vasto incên­dio do crepúsculo.”
Escoado pela baça claridade do esmorecer do dia, o ceu de um asul puríssimo amortalha­va-se dos mais vividos matizes e, aqui e alh, farrapos de nuvens alvadias enroscavam-se como um véo de gase, opalino, tecido no fun­do esbatido da cupuía siderea.
Ao longe, bois morosos pastavam mansa­mente, da superfície arenosa e adusta á esteira esmeraldina da relva que se espreguiçava pela? extensas planícies do diserto ...
Ainda mais longe, á esquerda das alterosas cordilheiras, em cujos flancos as ardentias do astro solar reverberavam os seus últimos c mor­tiços clarões, pulverisando-os do ouro fosco dos seus raios, a passarada, em bando, passava saudando o cahir da noite.
Mais além, nas proximidades dos penhascos “desigualmente alcantilados,” em cujas fraldas morria docemente o verde ondulado dos cam­pos, ouvia se, de quando em quando, o “gorgear da musica dos ninhos” cujas dúbias harmonias fundiam-se em as notas sonorisantes de uma flauta, que entoava nenias de saudades, como uma sentida prece! ...
Abaixo, sobre os barrancos de areia que emparedava as sinuosidades de um rio que, em murmuro ruido, serpeava pelas campinas em flor, destacava-se o typo juvenil de u’a moça, qual outra nympha ao pé da fonte de Castalia, meditando, a sòs, talvez, em recondito pensamento.
De repente as subtas transformações da Natu­reza se desfaziam em trevas, e nem mais o leve soprar da ventania, que se entrançava pelos jardins no remexer das flôres, fazia evolar aos ceus o perfume das sua assetinadas e veludineas petalas; havia, no enteanto, um silencio sepucral, e a monotonia dos campos era, apenas, quebrada pelo badallar da Ave-Maria, que repercutia no infinito dos valles, na imensidade das serras, ao longo das quebradas, langoroso, funerio e compassivo...
Em gradações sinistras, passava o cortejo sonambulico do crepusculo, e a transfiguração do dia afigurava-se a uma criança semi-durmindo, atravez de cujos olhos divisava-se a casta transparencia das noites enluaradas.
E, sobre o silencio dessa hora vesperal, a fraga de um rochêdo, à beira-mar, alguem cuja magoa parecia pungir-lhe o coração, com os olhos fixosna amplidão do espaço, conservava a attitude de quem interrogar pareci, ao pombo gemebundo, os segredos das suas magoas, "e eu que de tudo me esquivava, sentia dentro de mim rithimos da saudade".

JOSÉ RIBEIRO FALCÃO

Na QUERELA I, vimos o colunista Aluizio Rezende desancando seu confrade Guilardo Cohim. A seguir, veremos o mesmo Aluizio "metendo o pau" nestes dois colunistas acima.

Notas do Blog: 1) os erros por acaso encontrados, são do português da época ou da tipografia. Na sequencia da série, notaremos a briga de acusação de erros da língua.
2) este texto é um Facsimile do jornal "A FLÔR" edção nº19 de 30 de agosto de 1921. pag. 1, 2





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