Evandro J.S. Oliveira |
A Praça do Nordestino, fim da Avenida Senhor dos Passos, onde era
localizada a segunda feira de gado bovino de Feira de Santana até 1943, não
tinha Currais de contenção das boiadas e sim algumas varas, em muitos casos nem
varas existiam (ver foto). Nesta época a cidade já tinha se expandido e como a
Avenida Senhor dos Passos era um dos caminhos de acesso a estrada do sertão,
migrou mais rapidamente para este setor. Decorrente desta situação foi criado
um corredor que atingia a feira livre nas Praças da Bandeira, João Pedreira,
Marechal Deodoro e adjacências, o resultado que de vez em quando algumas reses
desgarradas corriam para o centro da cidade. Era um Deus nos
acuda, bois e vaqueiros em disparada invadiam a feira livre, o povo
em correria, estragando as mercadorias, machucando pessoas. Um pandemônio.
Era criança quando contaram que um boi acuado tentou entrar em nossa
casa, caindo na escadaria que dava acesso ao corredor. Morava na esquina da rua
Marechal Deodoro com o beco que dava para av. Senhor dos Passos, hoje não
existe mais o casarão e o beco atualmente é um calçadão.
Mas um caso de estouro de boiada que ficou marcado na cidade por algumas
características, mereceu uma atenção especial.
Esta escada tem características que vale a pena discorremos. Foi feita na Europa montada em Feira de Santana, é toda de encaixe não tem pregos nem parafusos. |
Em uma segunda-feira, algumas reses escaparam dos vaqueiros e parte
delas correu em direção do centro da cidade pela avenida Senhor dos Passos,
gritaria dos vaqueiros, o povo apavorado entrando nas casas abertas, outras
espantado os animais com gritos, uma zorra total. Um dos bois atarantado,
procurando uma brecha para escapulir chegou à porta da Prefeitura Municipal.
chegando subir as escadas do passeio entrando até a bela escada de madeira (ver
fotografia) tentando subir ao andar de cima, escorregando caiu e os vaqueiros
laçaram é trouxeram de volta à Praça do Nordestino. A única vítima registrada
foi de um heroico funcionário defensor do Palácio Público Municipal, Seu
Moreira, quebrou o braço na tentativa de barrar o boi enlouquecido.
Como todas as questões se transformam em política partidária em nossas
plagas o episódio teve várias versões irônicas. O Bovino foi
reclamar das condições ruins da feira de gado, o boi estava querendo fazer
parte da administração, a revolta de ser denominado boi, quando era um touro[1],
e várias outras.
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