Salvador, 13 de março
de 2016.
Exma. Sra.
Profa. Lélia Vitor Fernandes de Oliveira
M.D. Presidente da Academia de Letras e Artes
Morador da Casa dos Números há
cerca de um século, sou surpreendido com o convite para freqüentar a Casa das
Letras. Se com 10 símbolos, de 0 a 9, senti tanta dificuldade em manejá-los,
tendo chegado apenas até a varanda da casa, agora trabalhando com 26
caracteres, de A a Z, calcule quão grande será a dificuldade. Não trago
conhecimentos, não trago luzes, apenas venho beber a sabedoria da Casa,
comprometendo-me a não decepcioná-los.
Acreditei naqueles que dizem que
os números governam o mundo, grande engano. Os números sem as letras nada significam;
é um casamento perfeito, indispensável e indissolúvel.
Ao chegar à Casa das Letras, peço
permissão para prosseguir minha peregrinação pela estrada sinuosa da vida, com
suas dificuldades, empecilhos, espinhos, pedras, montanhas, florestas e mares. Não
os enfrentei, apenas contornei-os utilizando as veredas de vida.
A Casa das Letras não será o fim,
devo continuar a jornada fitando o horizonte, onde dizem existir um belo jardim
- o jardim da felicidade. Em lá chegando, pretendo colher uma flor, a flor da
felicidade, retornar e entregá-la ao HOMEM, pedindo-lhe que a distribua com
seus pares, o mais rápido possível, pois tenho a impressão que o HOMEM está se embrutecendo,
que a Humanidade está se desvirtuando, e parece-me, se degradando. Deve ser
lembrada de que o SER é mais importante que o TER.
Impossibilitado de comparecer à
solenidade, faço-me presente por meio da Profa. Irani Menezes Rebouças. Nesta
oportunidade, agradeço a honrosa distinção, permitindo que eu possa freqüentar
esta Casa, cujo mérito não é propriamente as Letras e sim as Artes.
Perguntarão, que Arte? A Arte do viver, para mim a maior das Artes.
Atenciosamente,
Joselito
Falcão de Amorim
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