ADA MARIA MASCARENHAS BAHIA
Professora de idiomas - Licenciadas em Letras pela
Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) – com Extensão e Pós-graduação
em Língua e Literatura Inglesa
Carlito Bahia
Carlito Bahia |
Nascido em Feira de Santana, em 12 de fevereiro de 1906, filho do Cel. Bernardino da Silva Bahia e D. Luiza Rubinos Bahia, foi filho único deste casamento.
Batizado em oratório particular, nesta cidade, em 06 de julho de 1906.
Do primeiro enlace matrimonial do seu pai teve quatro irmãos: José
Jerônimo de Barros Bahia, Maria Bereniza de Barros Bahia, Amanda de Barros
Bahia e Rita de Barros Bahia.
Fez
seus primeiros estudos em Salvador, em colégio particular e posteriormente
concluiu o curso fundamental, no Colégio Ipiranga também na capital baiana.
Sua
infância foi alternada de períodos na cidade e na “Fazenda Paus Altos”, no
município de Antônio Cardoso, onde sua família costumava passar as férias e os
feriados, desenvolvendo assim a sua intimidade com a vida do campo e o prazer
de cuidar da terra e de tudo o que ela viesse a criar e desenvolver.
Com
o falecimento do seu genitor, herdou algumas fazendas no interior da Bahia,
porém junto com essa herança, vieram muitas dívidas a pagar, oriundas de um
grande prejuízo financeiro, de aproximadamente quatro mil contos de reis, que
O início de sua vida adulta
foi de muito trabalho e grandes responsabilidades. Ao se casar aos vinte e
quatro anos, em 14 de maio de 1930, com Maria da Glória Freitas de Carvalho,
essas responsabilidades cresceram e alguns amigos nessa época desempenharam um
papel muito importante, ajudando-o na compra do gado para a engorda e muitas
vezes dando boiadas de sociedade, para na venda das mesmas, dividirem o lucro.
Desses amigos recebeu votos de confiança e orientação valiosa. Pode-se destacar
a participação de Coriolano Carvalho e Arnold Ferreira da Silva, seu cunhado e
compadre, que dentre outros, muito lhe ajudaram a sair daquela situação
delicada com altivez e dignidade.
Dois fatos podem servir de
exemplo para sua desambição pessoal: o primeiro, quando se recusou a aceitar a
oferta do governo, para adquirir um veículo importado a preço de custo, prática
comum de ajuda aos fazendeiros da época. O outro, quando convidado por Juracy
Magalhães, para aceitar uma candidatura a deputado federal, praticamente
vitoriosa (a força do líder garantiria a eleição) e não aceitara, em modesta
avaliação de suas condições parlamentares.
Embora adepto da corrente
política que promovera a Revolução de 1964, juntamente com muitos dos homens de
bem da época, além de amigo pessoal de políticos nacionais envolvidos no
movimento, como Carlos Lacerda, Juracy Magalhães, Juarez Távora, etc. Utilizava
sempre seu prestígio e amizades para evitar a prática de atos de hostilidade e
excessos próprios do regime de exceção, muitas vezes pretendidos em relação a
adversários políticos, merecendo, por Isso mesmo, o respeito de tantos quantos
sabiam de sua espontânea ação moderadora.
Foi um dos fundadores do
Rotary Clube de Feira de Santana, do Feira Ténis Clube, era irmão da Santa Casa
de Misericórdia, foi conselheiro de várias instituições na cidade e sempre fez
parte de comissões que cuidavam do bem estar social.
Com algum conhecimento e
muito idealismo, cuidou, já naquela época, de introduzir práticas voltadas para
a melhoria genética do rebanho bovino, obtendo êxito e influenciando, com isso,
diretamente, o amigo deputado Nestor Duarte, na sua gestão à frente da
Secretaria Estadual de Agricultura, no governo de Otávio Mangabeira, que passou
a comprar reprodutores de raça de melhor qualidade e emprestá-los aos
fazendeiros da região que não pudessem adquirir o seu próprio touro reprodutor.
Contribuiu, assim, para um maior desenvolvimento e progresso na região de Feira
de Santana e nos municípios vizinhos.
Faleceu em 31 de março de 1971, aos 65 anos de idade, deixando
além de muita saudade aos seus familiares e amigos, um exemplo para a nova
geração, de dignidade, honestidade, honradez e sobre tudo de simplicidade.
O seu sepultamento em Feira de Santana, teve a participação de
toda a comunidade. O comércio fechou as suas portas ao passar o féretro em
sinal de respeito e o seu ataúde foi carregado por pessoas amigas que faziam
questão de se revezarem à proporção que se encaminhavam, a pé, para o Cemitério
Piedade, onde foi sepultado no mausoléu da família.
Um fato chamou a atenção de todos no seu funeral: Enquanto de um
lado do caixão estava uma autoridade, um senador da República, um desembargador
ou deputado, do outro, estava um vaqueiro de sua fazenda, ou da fazenda de
amigos, seu engraxate, seu cabeleireiro ou mesmo um simples homem do povo a lhe
render as últimas homenagens.
No cemitério foi saudado pelo amigo de infância, senador Rui Santos, que muito emocionado, comoveu a todos os presentes. Sua descendência, é composta de dois filhos: Luís Carlos de Carvalho Bahia (falecido), casado com Irma Portugal Bahia, com três filhos, quatro netos e um bisneto e Bernardino de Carvalho Bahia, casado com Ada Maria Mascarenhas Bahia, com dois filhos e três netos.
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