CARLOS PEREIRA DE NOVAES
Professor aposentado de Hidráulica, e hidrologia do Departamento de Tecnologia da Universidade Estadual de Feira de Santana - Ba
Mestre em Hidráulica e Saneamento
pelo Departamento de Hidráulica e Saneamento da Escola de Engenharia de São Carlos - USP
Novaes enviou esta postagem para nós com três casos inusitados.
No dia 8 de setembro
daquele ano, o jornal The New York Times dedicou espaço a uma notícia inusitada
sobre o Brasil.
Numa época em que as mulheres brasileiras sequer tinham direito ao voto e política era assunto exclusivo do universo masculino, a jovem Alzira Soriano, de 32 anos, não apenas votou como disputou e venceu as eleições municipais daquele ano em Lajes, um pequeno município no interior do Rio Grande Norte.
A notícia, publicada na página 9 do jornal norte-americano, chamava a atenção para o fato de Alzira ser a primeira mulher eleita prefeita em um país que ainda não havia permitido o sufrágio feminino - o que só aconteceria quatro anos depois, após a promulgação do Código Eleitoral de 1932 pelo presidente Getúlio Vargas.
"Foi uma proeza e tanto a eleição de uma mulher para prefeitura naqueles tempos de intensa misoginia. Ademais, a eleição dela implicou um desafio explícito ao marco jurídico da época, que vedava direitos políticos às mulheres", explica o cientista político e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Antônio Sérgio Rocha.
A eleição de Alzira Soriano ocorreu graças a uma lei estadual que
autorizava a participação das mulheres na política potiguar.
"No Rio Grande do Norte poderão votar e ser votados, sem distinção de sexos, todos os cidadãos que reunirem as condições exigidas por esta lei", diz o texto da Lei Estadual 660, de 25 de outubro de 1927, conforme registro do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN).
À esquerda o sócia de João Dórea, 1928, político, secretário Municipal como se refere a nota acima. À direita, quase um século depois João Dórea, político, Governador de São Paulo. |
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