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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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terça-feira, 3 de dezembro de 2019

HOMENAGEM DE VICTOR A JOSÉ OLÍMPIO

José Olímpio Mascarenhas
Santanopolitano
Falecido 30.11.19: 
Victor Mascarenhas
filho de José Olímpio






“E ele vai dizer ‘boa porra’. E vou seguir em frente”.

por Victor Mascarenhas*
Nunca escrevo sobre minha vida pessoal, posto fotos familiares, das minhas viagens ou do meu almoço nas redes sociais. Hoje, faço uma exceção pra falar do meu pai, que se foi há alguns dias.
Todo mundo, quando escreve sobre os pais, fala que eram exemplos de sabedoria, integridade, inteligência e modelos de virtude e é natural e legítimo que a gente pense assim, eu também penso assim, mas não vou escrever sobre isso, até porque certamente meu pai diria: “Boa porra”. E esse foi um dos grandes ensinamentos que aprendi com ele: não se levar a sério, não acreditar no elogio barato e nem achar que já fez o suficiente. Toda vez que penso que fiz algo importante, ouço ele dizer na minha cabeça: “Boa porra”, e sigo em frente.
Vai ser mais difícil seguir em frente, mas agora, depois que ele se foi, quando olho pra minha mãe, pro meu irmão, minhas sobrinhas, primos, tios, amigos e o legado que ficou pra sua cidade, vejo que está tudo bem e que as centenas de histórias, exemplos e causos que ele deixou, os livros, discos e revistas em quadrinho que ele nunca me negou, os filmes que ele nunca me proibiu de assistir quando era criança, as broncas que ele nunca me deu e a liberdade que sempre nos garantiu, me trouxeram até aqui e se sou alguém com algum valor, preciso agradecer a ele todos os dias.
E não vou esquecer disto, até porque toda vez que olho no espelho lembro dele ao ver como fico mais parecido à medida em que envelheço, assim como lembro sempre que nosso Vasco joga e não temos mais aquele telefonema depois do jogo pra comemorar, reclamar de algum jogador ou do juiz. Nessas horas, sei que vai bater uma tristeza, mas aí vou lembrar de outra das suas frases, que ouvia quando era criança: “Você é homem ou sariguê?”. Nesse momento, sei que vou dar um sorriso e responder: “Sou um homem, pai, por sua causa.” E ele vai dizer: “Boa porra”.
E vou seguir em frente.
Texto publicado no BLOG DA FEIRA

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