LANÇAMENTO EM FEIRA DE SANTANA |
LANÇAMENTO EM SALVADOR |
NOTA DO AUTOR
O filho da madre é um livro inteiramente
baseado na vida de um personagem às vésperas de completar 100 anos de idade: o
professor de Matemática e político baiano Joselito Falcão de Amorim, cujo enredo
de vida se confunde com uma obra de ficção, tão fascinantes quanto
inacreditáveis foram os episódios que se desdobraram em quase um século de
existência. Fruto de uma única noite de amor de uma jovem descendente de uma
sólida aristocracia com um alemão importador de tabaco, com poucos dias de
nascido ele foi entregue a uma pobre lavadeira para que a ele desse um sumiço -
ou um destino. A vida, contudo, foi lhe bafejando com lances inacreditáveis de
sorte, e ele se tornou um reconhecido professor de Matemática e um político
vitorioso, amigo do general Castelo Branco, alcançando o cargo de prefeito da segunda
maior cidade da Bahia, Feira de Santana, além de presidente do Tribunal de
Contas do Estado, diretor de importante empresa estatal e um militar de
carreira vertiginosa.
A sua mãe, a
jovem Deolinda Falcão, aos vinte anos de idade, depois de dar à luz, foi
mandada ao desterro de um convento, morrendo poucos anos depois supostamente de
depressão, por não suportar a clausura.
O pai de
Joselito foi o senhor... Bem, aí é onde o autor introduz a ficção, que se
estende ao universo de Bertolina, a velha engomadeira. Na impossibilidade de
levantar precisamente em Salvador, Feira de Santana e Hamburgo, na Alemanha, a verdadeira
identidade do alemão que
em 1918 foi recepcionado no palacete do senhor Manoel Ribeiro Falcão e com sua
filha se deitou uma noite, acabei arranjando um pai fictício para ele. Na lista
de passageiros alemães que desembarcaram no porto de Salvador naquele ano não
era possível deduzir qual deles viera fazer negócios com o exportador de
tabaco, pois os nomes de suas companhias não eram registrados. Além disso, os
documentos oficiais da velha firma Ribeiro Sr. Falcão desapareceram. Poderia
ter investigado mais sobre os negócios do senhor Falcão em Bremen e Hamburgo,
para onde exportava frequentemente seu fumo, mas como não sou historiador e
tinha pressa, restringi meu interesse em torno da madre Deolinda Falcão e seu
fruto proibido.
A negra lavadeira
que recebeu a incumbência de dar-lhe um fim, também não tem sua identidade verdadeira,
pois seu nome foi esquecido pelos pais que o adotaram e pelo próprio Joselito
Amorim. Contudo, seu endereço e sua pobre vida existiram no bairro Tanque do Urubu,
na periferia de Feira de Santana, Bahia.
Fora isso e
a licença que o escritor tem para construir sua obra, tudo o mais foi baseado
em fatos reais, levantamentos históricos, longas entrevistas com o professor
Amorim, viagens exploratórias a Hamburgo e Frankfurt e depoimentos de muitas
pessoas vinculadas por laços de família ou afinidade aos personagens do
romance. Naturalmente, a narrativa está eivada pela fantasia do autor,
especialmente na construção dos cenários. Exceto o sr. Kurt Wilhelm Rudolf, Elga,
sua esposa, seu amigo Heinz Schreder, Bertolina, a negra Berta, e a madre Maria
Gorete, os nomes das demais pessoas que aparecem em “O filho da madre” são
todos reais.
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