Duas festas de Reveillon acontecidas em Feira de
Santana, descritas pelos cronistas sociais das épocas. A primeira acontecida em
dezembro de 1932, na Sociedade 25 de Março, publicada no jornal "Folha do
Norte" em 14.01.1933, assinada por Eurico Alves Boaventura.
A segunda aconteceu
em dezembro de 1966, no Clube de Campo Cajueiro, também publicada na
"Folha do Norte", na edição 07.01.1967, de autoria de Eme Portugal.[1]
Eurico Alves Boaventura |
Sorrisos iluminados do espírito, como
mariposas de pérolas, mordem os lábios rubros das lindas mulheres e vem
cigarrear, bêbedos de perfume de tanta boca maravilhosa, no meu deslumbramento.
Mademoiselle sorriu, no primeiro elogio
que lhe fiz. Desfolhei-lhe humilde grinalda de palavras inúteis aos seus pés.
Falhei-lhe da linha impecável de seus costumes de mais requintado gosto. Cor de
sonho o chitão. Cabelos nervosamente, volutuosamente ondulados, encrespados,
como si todos os sonhos bons lhe estivessem sarabandando em testa pelo
pensamento. Cravei-lhe na esguia mão que me estendera, o meu beijo. Mademoiselle
sorria. Diviniza-se a mulher, ao menor elogio. E é, então, toda ela,
requeimante volúpia de ser bela. Love, louve, o seu corpo, ao ritmo feminino da
valsa evocativa, o seu corpo era um vôo musical de alvas camélias esquisitas. A
cabeleira sufocada do perfume. E, a cada palavra que lhe eu roubava dos lábios
minúsculos, voluta de perfume bizarro.
Eme Portugal |
“Reveillon”
foi sucesso
A
aristocracia feirense no último dia 31, dirigiu-se ao Clube de Campo Cajueiro,
para despedir-se com grande entusiasmo de 1966 e receber calorosa e
esperançosamente 1967. Confetes, serpentinas, champagne anunciaram a chegada de
um novo ano.
Os
associados do Cajueiro foram transformados em uma só família e sob o ritmo
quente de músicas carnavalescas brincaram animadamente. Neste instante lançamos
o nosso olhar em leque e deparamos com a “deslumbrada” Odete Carvalho, em seu lindíssimo
modelo branco trazido diretamente da França, ostentava uma bonita jóia no valor
de 25 milhões de cruzeiros. Outra “deslumbrada” era a senhora Lourdes Falcão em
seu modelo azul, todo bordado em pedrarias, que combinava muito bem com seu
porte elegante. Era exótico, negro e ousado o modelo da Sra. Conceição Macêdo.
Negro e atrevido foi o modelo enviado por Denner e usado pela Sra. Lourdes
Nogueira Assis, que veio de Recife para participar do nosso grande Reveillon.
Era branco de renda francesa, o modelo usado pela bonita Sra. Julieta Marques.
Gostaríamos de citar todas as “deslumbradas”, descrevendo uma a uma nos seus
bonitos e riquíssimos vestidos de baile, mas como a nossa finalidade era
comemorar o nascimento do novo ano, anotamos rápido as senhoras: Zezé Leite,
Leonor Barreto, Consuelo
Carvalho, Mariinha Silva, Vera Mascarenhas, Landinha Fraga, Dedé
Silva, Eliana Silva, Olga Leite, Liege Falcão. Cleusa Falcão,
Irma Bahia (linda, lindíssima), Lucinha Silva, Simone Pitombo
Vieira, Adnil Pitombo e mais e mais.
Não podemos
deixar de falar da animação dos casais: Delcy e Antônio Carvalho, Zenita e
Altamirando Almeida, Miriam e Mário Lobo, Edite e Oswaldo Boaventura, Maria
Luiza e Waldy Pitombo, Glorinnha e Carlos Bahia, Lourdes e Newton Falcão,
Abgail e Homero Carvalho, Marina e Milton Carvalho, Anita e Oswaldo Torres,
Wanda e Gil Porto, Irma e Amélio Amorim que tomaram conta do salão e resolveram
cair, decididamente no yê-yê-Yê.
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