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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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segunda-feira, 24 de setembro de 2018

REVEILLON

Duas festas de Reveillon acontecidas em Feira de Santana, descritas pelos cronistas sociais das épocas. A primeira acontecida em dezembro de 1932, na Sociedade 25 de Março, publicada no jornal "Folha do Norte" em 14.01.1933, assinada por Eurico Alves Boaventura.
A segunda aconteceu em dezembro de 1966, no Clube de Campo Cajueiro, também publicada na "Folha do Norte", na edição 07.01.1967, de autoria de Eme Portugal.[1]




[1] publicada no livro "Eme Portugal - mito  social feirense" de Freitas, José Francisco Brandão de.


Eurico Alves Boaventura
Deslumbrava o salão da senhora Duquesa... Não, não foi bem assim. Apenas, era um puro deslumbramento o palacete da “25”. Todas as luzes tagarelas dos luxuosos candelabros, dos alampadarios modernos cocegavam as paredes nuas, numa volúpia contagiosa. E a noite lírica emoldurando essa alegria... Natal! Em cada coração, aii, havia, cantando uma Missa-de-Natal. Amarguras estranguladas, todos os sofrimentos aniquilados, ao fulgor acariciante das veludosas espaduas nuas, faiscantes de pedrarias. Vivo luar marulhoso de alvos colos ofegantes, aureolados pelo perfume sutil da valsa orgulhosa.
        Sorrisos iluminados do espírito, como mariposas de pérolas, mordem os lábios rubros das lindas mulheres e vem cigarrear, bêbedos de perfume de tanta boca maravilhosa, no meu deslumbramento.
        Mademoiselle sorriu, no primeiro elogio que lhe fiz. Desfolhei-lhe humilde grinalda de palavras inúteis aos seus pés. Falhei-lhe da linha impecável de seus costumes de mais requintado gosto. Cor de sonho o chitão. Cabelos nervosamente, volutuosamente ondulados, encrespados, como si todos os sonhos bons lhe estivessem sarabandando em testa pelo pensamento. Cravei-lhe na esguia mão que me estendera, o meu beijo. Mademoiselle sorria. Diviniza-se a mulher, ao menor elogio. E é, então, toda ela, requeimante volúpia de ser bela. Love, louve, o seu corpo, ao ritmo feminino da valsa evocativa, o seu corpo era um vôo musical de alvas camélias esquisitas. A cabeleira sufocada do perfume. E, a cada palavra que lhe eu roubava dos lábios minúsculos, voluta de perfume bizarro.

Eme Portugal


“Reveillon” foi sucesso

A aristocracia feirense no último dia 31, dirigiu-se ao Clube de Campo Cajueiro, para despedir-se com grande entusiasmo de 1966 e receber calorosa e esperançosamente 1967. Confetes, serpentinas, champagne anunciaram a chegada de um novo ano.
Os associados do Cajueiro foram transformados em uma só família e sob o ritmo quente de músicas carnavalescas brincaram animadamente. Neste instante lançamos o nosso olhar em leque e deparamos com a “deslumbrada” Odete Carvalho, em seu lindíssimo modelo branco trazido diretamente da França, ostentava uma bonita jóia no valor de 25 milhões de cruzeiros. Outra “deslumbrada” era a senhora Lourdes Falcão em seu modelo azul, todo bordado em pedrarias, que combinava muito bem com seu porte elegante. Era exótico, negro e ousado o modelo da Sra. Conceição Macêdo. Negro e atrevido foi o modelo enviado por Denner e usado pela Sra. Lourdes Nogueira Assis, que veio de Recife para participar do nosso grande Reveillon. Era branco de renda francesa, o modelo usado pela bonita Sra. Julieta Marques. Gostaríamos de citar todas as “deslumbradas”, descrevendo uma a uma nos seus bonitos e riquíssimos vestidos de baile, mas como a nossa finalidade era comemorar o nascimento do novo ano, anotamos rápido as senhoras: Zezé Leite, Leonor Barreto, Consuelo Carvalho, Mariinha Silva, Vera Mascarenhas, Landinha Fraga, Dedé Silva, Eliana Silva, Olga Leite, Liege Falcão. Cleusa Falcão, Irma Bahia (linda, lindíssima), Lucinha Silva, Simone Pitombo Vieira, Adnil Pitombo e mais e mais.
Não podemos deixar de falar da animação dos casais: Delcy e Antônio Carvalho, Zenita e Altamirando Almeida, Miriam e Mário Lobo, Edite e Oswaldo Boaventura, Maria Luiza e Waldy Pitombo, Glorinnha e Carlos Bahia, Lourdes e Newton Falcão, Abgail e Homero Carvalho, Marina e Milton Carvalho, Anita e Oswaldo Torres, Wanda e Gil Porto, Irma e Amélio Amorim que tomaram conta do salão e resolveram cair, decididamente no yê-yê-Yê.

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