Tive uma vontade enorme de escrever... lembrei-me de Gró... na verdade Grossilda, uma personagem que nem sei se ainda vive, mas que deu origem a esta comédia.
Tudo começou, com aquela figura inusitada, tão descompreendida de que nos bastidores? havia um palco, atento para todos os seus passos.
Tudo começou, com aquela figura inusitada, tão descompreendida de que nos bastidores? havia um palco, atento para todos os seus passos.
Então, foi assim que tudo começou... um dia de domingo de sol, cajueiro lotado banho de piscina a minha turma reunida, eu passei a observar aquele casal muito engraçado. Ela gordinha, baixinha horrorosa, ele magérrimo comprido e também horroroso! menina? não prestou não, do jeito que eu era terrível! Caiu na rede é peixe, fiquei ligada observando aquela comédia cruel, era difícil não perceber e deixar passar em branco o que eles faziam... dava pra fazer um filme ah! se naquela época tivesse celular com câmera, hoje daria pra entender que eu tive razão, era difícil ficar quieta, e não deixar de assistir aquele espetáculo cômico demais para mim e eu já tinha formado uma platéia para nossa diversão domingueira.
Era assim: ela usava biquíni isto mesmo, usava... com aquele corpito grossildoooooooooo... ele? usava uma sunguinha branca transparente e com aquele corpito fininhoooooooooooooo. Eu ali canetando, na minha mente o comportamento deles. Chegavam bem cedo e eu queira chegar, mais cedo ainda pra não perder nenhum detalhe. Então ele subia no trampolim e ficava dando gritinhos pra ela, meu bem, meu bem eu vou dar um mergulho... eu vou pular! e ela batia palmas e fazia a maior torcida (e eu também), e pulava e ficava com uma cara de desespero quando pulava. Menina, Mr.Bean perderia pra aquele personagem que eu descobri. E ela fazia o pobre coitado dar mergulho do trampolim a manhã inteira, ela fazia de tudo para expor o pobrezinho ao ridículo e quando iam embora, os olhos do infeliz pareciam duas brasas vivas de tanto cloro. E não era só isto não, na micareta ela se vestia de bailarina e ele de mandarim; ele tinha de carregar uma sombrinha grande enfeitada bem colorida, ela fica rebolando, e ele tinha que ficar cobrindo-a por onde ela passava, era muito cômico era demais pra minha cabeça. A estas alturas e eu só faltava explodir de tanto rir dos meus personagens divertidos e toda minha turma sabia e tínhamos que ficar observando discretamente de uma maneira bem sutil, porém não deixávamos de assistir aquele espetáculo em todos os lugares que nossos figurantes se apresentavam. A partir daí eu tive que dar um apelido para eles, para que tivéssemos uma senha uma espécie de aviso que eles estavam presentes. Eu o batizei de FINILDO e ela de GROSSILDA. E para que eles não notassem... eu passei a chamar todas as minhas amigas de Gró e elas também me chamavam de Gró, era nossa senha discreta. Assim ficou sendo até hoje somos todas Gró uma para as outras.
Depois de muito tempo eles sumiram... que pena!
Meu Deus eu já estava casada, eu estava na praia em Salvador! Eis que surge inesperadamente diga quem? eles, meus personagens preferidos!
Ele carregava duas criancinhas lourinhas pareciam anjinhos barrocos e vocês não imaginam? ele estava com os cabelos pintados de água oxigenada.
Pobre Finildo! foi a última vez que os vi. Já fazem mais de trinta anos. e foi assim que tudo aconteceu e assim que surgiu a história de Gró!
Lúcia Lago (Gró...) era muito moleca, um passado inesquecível.
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